Walmart sofre críticas da China após deixar de importar produtos de Xinjiang

Lei dos Estados Unidos que praticamente proíbe todas as importações do noroeste do país asiático

China Walmart sofre críticas chinesas após deixar de importar produtos de Xinjiang

A Walmart, maior varejista do mundo, tornou-se a mais recente empresa ocidental a enfrentar escrutínio sobre o tratamento dos negócios envolvendo a região de Xinjiang, na China, após a aprovação de uma lei dos Estados Unidos que praticamente proíbe todas as importações do noroeste do país asiático por questões de trabalho forçado e direitos humanos.

O varejista atraiu críticas na mídia social chinesa no fim de semana depois que usuários compartilharam na internet que pretendiam mostrar que o Walmart havia parado de estocar produtos de Xinjiang em suas lojas.

A região noroeste da China de Xinjiang, lar de milhões de integrantes de minorias (em sua maioria muçulmanas), tornou-se um ponto crítico geopolítico e um dilema ético para as multinacionais dos EUA que fazem negócios na China. Washington acusou o governo chinês de se envolver em genocídio contra minorias religiosas na região.

Trabalho forçado

Na semana passada, o presidente Joe Biden sancionou a Lei de Prevenção do Trabalho Forçado dos Uigur, após sua aprovação quase unânime no Congresso. A lei proíbe todas as importações da região para os EUA, a menos que as empresas possam certificar que tais produtos estão livres de trabalho forçado.

A China rejeitou as acusações de genocídio e trabalho forçado, descrevendo suas políticas na região como destinadas a prevenir o terrorismo e proteger a segurança nacional.

O país abriga 434 lojas Walmart e Sam’s Club, sendo o segundo maior mercado internacional do Walmart em metros quadrados de varejo, de acordo com o relatório anual mais recente da empresa – perdendo apenas para o México, onde o varejista administra mais de 2.600 lojas.

Superpotência tecnológica

Para ajudar a tornar a China uma “superpotência tecnológica” autossuficiente, o Partido Comunista do país está pressionando a maior empresa de comércio eletrônico do mundo a assumir o negócio complicado e caro de desenvolver seus próprios chips de processador – um negócio diferente de tudo que o Alibaba Group já tenha feito antes.

A unidade de chips da companhia, a T-Head, tem três anos, e revelou seu terceiro processador em outubro, o Yitian 710 para o negócio de computação em nuvem da Alibaba. A empresa diz que, por enquanto, não tem planos de comercializá-lo.

Outros desenvolvedores de chips novatos, incluindo a Tencent, um gigante de jogos e mídia social, e a marca de smartphones Xiaomi, estão prometendo bilhões de dólares em linha com os planos oficiais para criar computação, energia limpa e outras tecnologias que podem aumentar a riqueza e a influência global da China.

Os chips do processador desempenham um papel cada vez mais crítico em produtos, de smartphones e carros a dispositivos médicos e eletrodomésticos. A escassez devido à pandemia do coronavírus está interrompendo a fabricação global e aumentando as preocupações com os suprimentos.

Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires e Associated Press)
Imagem: Shutterstock

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