O comércio varejista cresceu 1,7% em 2019 e deverá crescer 3% em 2020, preveem os economistas da Boa Vista SCPC, instituição de serviços ligada à Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Segundo a publicação mensal Indicador Movimento do Comércio de janeiro, editada pela Boa Vista e que avalia o desempenho das vendas varejistas em nível nacional, o crescimento ocorre pelo terceiro ano consecutivo.
Nem o fato de ter havido queda das vendas na comparação entre novembro e dezembro provocou o temor de um enfraquecimento do varejo, pois em relação a dezembro de 2018 o faturamento cresceu 0,8%.
A explicação principal para os números de dezembro está na base de comparação: em novembro, ocorreu uma antecipação do consumo em decorrência das liquidações da chamada Black Friday. Também contribuíram para o fortalecimento do varejo as liberações de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS-Pasep.
Entre 2018 e 2019, os maiores porcentuais de crescimento foram observados nos itens tecidos, vestuários e calçados (+6,3%), outros artigos do varejo (+2,7%), supermercados, alimentos e bebidas (+2%) e móveis e eletrodomésticos (+0,2%). A maior procura por vestuário reflete uma melhora da renda, de tal sorte que os trabalhadores passam a destinar maior parcela dos recursos para vestir e se apresentar melhor no trabalho.
Mais lenta é a recuperação do item móveis e eletrodomésticos, revelando que os consumidores adiam a troca de produtos duráveis. O cenário apontado pela Boa Vista é de recuperação gradual ao longo deste ano, depois de um ano (2019) em que o crescimento das vendas já ocorreu em níveis superiores aos do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), estimado entre 1% e 1,2%.
A expectativa é de que o crédito passe a ter importância crescente para os consumidores, em consequência do declínio dos juros e de maiores concessões de empréstimos por bancos, financeiras e pelas empresas – neste caso, por intermédio do crediário. Caso se confirme o aumento da procura por crédito, deverá aumentar o endividamento das famílias, que cresceu em 2019. Mas há espaço para o aumento do crédito, pois os consumidores brasileiros ainda devem menos do que os de outros países emergentes e a economia parece estabilizada.
Com informações da Agência Estado
* Imagem reprodução