Justiça dos EUA autoriza Gol a fazer empréstimo DIP de US$ 950 milhões

A primeira parcela de US$ 350 milhões estará disponível à companhia assim que o Judiciário autorizar a transação

Justiça dos EUA autoriza Gol a fazer empréstimo DIP de US$ 950 milhões

O juiz-chefe da corte de falências de Nova York, Martin Glenn, aceitou interinamente na tarde desta segunda-feira, 29, o pedido da Gol para fazer um empréstimo Debtor-in-Possession (DIP), uma modalidade de crédito específica para empresas em situação financeira difícil, no valor de US$ 950 milhões.

A autorização provisória permite entrada imediata de US$ 350 milhões na companhia assim que o juiz norte-americano liberar a transação. O restante do DIP Financing pode ser repassado a companhia após a aprovação final do financiamento pela Corte de Nova York.

“A obtenção da autorização do Tribunal dos Estados Unidos para acesso a novos financiamentos permitirá à Gol continuar operando normalmente, conforme prevíamos”, afirmou o CEO da Gol, Celso Ferrer, em nota.

O DIP foi conseguido com os detentores de títulos de dívida da Abra, empresa que controla da Gol e a Avianca.

Pela decisão judicial, os financiadores do DIP terão preferência de pagamento, à frente de todos os outros credores da Gol, como é usual neste tipo de financiamento.

Os financiadores também não ficam obrigados a fazer novos empréstimos a Gol, nem a monitorar o uso feito pela empresado valor emprestado.

Na decisão, o juiz afirma que na ausência da decisão provisória de concessão do DIP Financing “os bens dos devedores seriam imediata e irreparavelmente prejudicados”.

Segundo planejamento apresentado pelo Gol e anexado na decisão, a expectativa da empresa é que o financiamento seja repassado em parcelas ao longo das próximas 13 semanas.

O DIP será usado para repagar empréstimo-ponte da Abra à Gol, feito no último dia 20 e também para capital de giro, custos do Chapter 11, e pagamentos aprovados pela corte.

Viagens

Em comunicado enviado à imprensa na tarde desta segunda-feira, 29, a Gol procurou tranquilizar os passageiros, garantindo a continuidade dos serviços aéreos.

“Os clientes podem continuar a organizar viagens e a voar como sempre fizeram, incluindo a utilização de passagens e vouchers, além da compra e utilização de milhas acumuladas por meio do programa de fidelidade Smiles. Da mesma forma, os acordos de codeshare e interline da Gol permanecem disponíveis aos clientes”, informou a empresa em nota.

A empresa entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos na última quinta-feira, 25, com uma dívida estimada em mais de R$ 20 bilhões em 2023.

Com informações de Estadão Conteúdo (Ana Rita Cunha, especial para a AE)
Imagem: Shutterstock

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