Franquia Social: Como algumas franquias têm conseguido resolver problemas complexos num mundo em desenvolvimento

O que o franchising faz para a economia mundial é inegável. O modelo é adaptável às mais diversas culturas e geografias. Por ser escalável, ajuda de forma significativa a economia local. Ao desenvolver uma rede, cria-se também toda uma cadeia de novos empreendedores, pessoas que vão gerar empregos e efetivamente criar uma nova classe econômica. Para o franqueador significa ganho de capilaridade e, para o franqueado, acesso a uma fórmula de negócio de sucesso e ganho de escala.

Ou seja, o que a indústria do franchising faz é algo único. Somos capazes de replicar conceitos, com consistência e de forma sustentável, com produtos e serviços que são economicamente viáveis, lucrativos e que carregam consigo nossa identidade e promessa enquanto marca. E nós fazemos isso o tempo todo. Cada vez mais, o modelo do franchising começa a ser explorado num escopo maior, inclusive no contexto social e ambiental.

De forma geral, o franchising social se diferencia do franchising comercial em dois aspectos fundamentais:

E ele também se diferencia das demais ações sociais também em três aspectos fundamentais:

Um dos grandes problemas que as ações sociais enfrentam é que muitas vezes o foco é na solução imediata, ou seja, no caso de uma comunidade que necessita de água limpa, a ação pode ser construir o poço. Mas, na prática, a construção é apenas o primeiro passo. A partir daí se faz necessária a manutenção do poço, a garantia de que a água está e estará ideal para consumo ao longo do tempo, a conservação do recurso, a capacitação da comunidade para sua utilização, enfim, todos os processos que podem fazer com que ele perdure por muito tempo e atenda a comunidade a contento.

Mas o que é necessário para se estabelecer uma franquia social sustentável?

De uma forma geral, os passos são os mesmos de um negócio comercial. A diferença está na necessidade de se medir e projetar o impacto social ou ambiental que deve ser gerado e não o quanto de receita o negócio tende a trazer.

É necessária a identificação da necessidade básica a ser atendida. A demanda pode ser social ou mesmo ambiental e deve utilizar as boas práticas e ferramentas de gestão do sistema de franquias em seu desenvolvimento. O conceito deve ser amarrado com os aspectos legais e financeiros que podem impactar o negócio.

O modelo tende a ser mais sustentável justamente porque conta com a figura do franqueador, que é quem vai transferir o conhecimento e dar apoio aos seus franqueados na condução da operação.

O sistema já ajudou projetos sociais em todo o mundo a ganhar escala. Nos EUA, a IFA (International Franchise Association) desenvolveu o programa Social Sector Task Force, uma força tarefa que envolve franqueadores, fornecedores, profissionais de franquia em geral que se reuniram para ajudar franqueadores do setor social e ONGs a se tornarem mais eficientes, por meio dos princípios do franchising (http://www.socialsectorfranchising.org/). No Brasil, empresas como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e Formare (Formação profissional de jovens de famílias em situação de vulnerabilidade) também atuam pelo sistema de franquias.

O franchising, por fim, acaba se tornando uma grande forma de potencializar o impacto social que se deseja alcançar em menor tempo, com menor custo e muito mais chance de dar certo.

*Imagem reprodução

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