Abras diz que supermercados sofrem para preencher as 350 mil vagas de emprego abertas

A afirmação é do vice-presidente da associação, Marcio Milan

Abras diz que supermercados sofrem para preencher as 350 mil vagas de emprego abertas

O setor supermercadista, historicamente reconhecido como uma das principais portas de entrada para o primeiro emprego no Brasil, continua enfrentando um cenário paradoxal: mesmo com 350 mil vagas abertas, há dificuldades para preenchê-las. A afirmação é do vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, que alerta para a escassez de mão de obra qualificada no setor.

Somado a isso, Milan destaca que há uma mudança profunda na dinâmica do mercado de trabalho. “Os jovens que tinham o supermercado como o primeiro emprego preferem hoje trabalhos informais devido à maior flexibilidade”, disse o executivo em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 29.

A taxa de desemprego segue em patamar historicamente baixo, marcando 6,6% no trimestre encerrado em abril – o menor índice para o período desde 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “No passado, o trabalhador procurava emprego. Hoje, são as empresas que procuram o trabalhador”, afirmou.

A associação menciona que o setor está buscando estratégias alternativas para recrutar e qualificar novos profissionais. Uma das iniciativas envolve uma parceria com o Exército Brasileiro para contratar jovens que concluíram o serviço militar obrigatório. “É um processo de médio prazo, que envolve a troca de informações, o mapeamento de perfis e a oferta de vagas com possibilidade de desenvolvimento profissional”, afirma a Milan.

Os supermercados também aposta na diversificação do perfil de trabalhadores, com foco em pessoas acima dos 60 anos com maior disponibilidade de tempo e jovens que buscam modelos de jornada mais flexíveis. “Levamos essa demanda ao ministro do Trabalho e propusemos a criação de um comitê para discutir formatos de contratação com horários adaptáveis às diferentes realidades dos trabalhadores”, disse.

Contrato de trabalho por hora

Representantes do setor de supermercados defenderam no dia 12 de maio, o contrato de trabalho por hora como solução para a dificuldade de admissão de funcionários. O tema foi abordado durante a abertura do festival Apas Show, feira de alimentos e bebidas, realizada em São Paulo.

Um dos que se pronunciaram acerca do assunto foi o presidente da Associação Paulista de Supermercados, Erlon Ortega. Segundo ele, há, atualmente, no estado, 35 mil postos abertos. Ele afirmou ainda que os empregadores têm encontrado dificuldade para preenchê-los, já que os trabalhadores têm demandado outros regimes de trabalho.

Com informações de Estadão Conteúdo (Júlia Pestana).
Imagem: Envato

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