A Natura&Co, grupo de beleza que engloba as marcas Avon, Natura, The Body e Aesop, foi uma das empresas, representada por Paula Andrade, vice-presidente de Vendas, participantes de um painel da Mercado&Consumo liderado por Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da Gouvêa Ecosystem, que desde o início de abril reúne líderes relevantes do mercado para discutirem o presente e o futuro dos negócios. Em sua participação, a executiva comentou os impactos da pandemia no grupo e as tendências de consumo no mercado de cosméticos e beleza.
Paula contou que a principal preocupação da empresa, diante de todo cenário gerado pela crise, foi manter a segurança e saúde de todos os colaboradores. Além das mudanças nas fábricas e nas equipes de escritório, um canal que tem se intensificou no período foi o de consultoras e representantes. Atualmente o grupo conta com 655 lojas em toda América Latina e, segundo a executiva, a maioria das vendas vêm das consultoras a partir de suas relações diretas com os clientes. Para ela, as “revendedoras são o nosso maior legado”.
De acordo com a executiva, o fechamento das lojas tem acelerado as vendas pelo comércio eletrônico. Como consequência, as vendas pela internet estão crescendo exponencialmente. Isso, segundo a vice-presidente da holding, tem ajudado a minimizar o impacto de fechamento de lojas. “Estamos trabalhamos com ferramentas para que todo social selling pudesse ser feito, tornando nossos vendedores e consultores em operadores omnichannel. Gerentes de loja, trabalhando em casa, estão se conectando aos consumidores por e-mail ou telemarketing e direcionando ao site, por exemplo”, contou Paula. Ainda segundo ela, milhares de consultoras têm página no Facebook e o catálogo físico agora é digital, o que facilita o envio, inclusive, por whatsapp.
Sobre os desafios que o mercado de beleza enfrenta diante da crise, Paula ressaltou a questão da experimentação dos produtos. De acordo com ela, o grupo tem buscado mecanismos para que o consumidor tenha a melhor experiência possível, mas sem tocar o produto. A executiva citou a entrada da natura nas lojas físicas, justamente com o objetivo de materializar e gerar experimentação do consumidor. “O espaço tem todo um storytelling que, infelizmente, neste contexto atual, acaba perdendo a beleza em momentos como esse”, explicou.
Paula disse que a Natura tem investido em espelhos virtuais em suas lojas e que na Austrália e EUA, a Aesop, tem feito agendamentos da consultoria personalizada e individual com hora marcada e virtual, onde o consultor explica sobre os produtos para o consumidor. “Temos utilizado a tecnologia para gerar acessibilidade a produtos e experiência e não perdermos percamos relevância. Mas eu acredito que a cultura latino-americana não vai incorporar 100% essas tecnologias no futuro, pois no Brasil, por exemplo, a questão do toque ainda é muito forte”.
Em meio à pandemia de coronavírus, a Natura &Co anunciou um ambicioso plano de sustentabilidade com metas focadas em crise climática, proteção da Amazônia, defesa dos direitos humanos e garantia de igualdade e inclusão que deve envolver toda a sua rede até 2030.
* Imagem divulgação