Banco Central aprova pagamentos por meio do aplicativo WhatsApp

O Banco Central do Brasil (BC) concedeu, nesta terça-feira (30), autorização para a realização de pagamentos via WhatsApp. Em nota, o BC informou acreditar que “as autorizações concedidas poderão abrir novas perspectivas de redução de custos para os usuários de serviços de pagamentos”.

A instituição destaca, no entanto, que elas não incluem os pleitos da Visa e da Mastercard para funcionamento dos arranjos de compra vinculados ao Programa Facebook Pay, que foram suspensos no ano passado e seguem em análise no BC.

Em nota, o BC diz que as autorizações valem para: dois arranjos de pagamento classificados como abertos de transferência, de depósito e pré-pago, domésticos, instituídos pela Visa do Brasil e pela Mastercard Brasil; e de uma instituição de pagamentos na modalidade Iniciador de Transações de Pagamentos pela Facebook Pagamentos do Brasil.

Esses arranjos e instituição de pagamentos têm relação com a implementação do programa de pagamentos vinculado ao serviço de mensageria instantânea do WhatsApp (Programa Facebook Pay). As autorizações permitem que ele seja utilizado para realizar a transferência de recursos entre seus usuários.

A relação atualizada dos arranjos integrantes do SPB autorizados pode ser encontrada aqui.

‘Casamento’ entre mídia social e finanças

Nesta terça, mais cedo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já tinha sinalizado a aprovação dos pagamentos via WhatsApp. Ele disse que a ferramenta seria uma inovação financeira, ao juntar mensagens, conteúdo e meios de pagamentos.

“Vejo um casamento entre mídia social e o mundo de finanças, os controladores têm de entender como regular, enfrentar e o que significa para competição na sociedade”, disse Campos Neto em evento virtual promovido por um banco.

Campos Neto também comentou a expectativa sobre os juros e a inflação. Segundo ele, a elevação de 0,75 ponto percentual na taxa de juros, a Selic (juros básicos da economia) na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) permitirá que o ciclo total de alta da Selic seja menos forte que o previsto.

“Esse movimento mais forte e mais próximo pode gerar uma elevação total menor”, declarou. Há duas semanas, o Copom surpreendeu o mercado ao elevar a Selic em 0,75 ponto, enquanto a maioria dos analistas de mercado projetava alta de 0,5 ponto. No último boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada toda semana pelo BC, os analistas preveem que a Selic, atualmente em 2,75% ao ano, encerrará 2021 em 5% e 2022 em 6%.

Sobre a inflação, o presidente do BC reiterou a visão da equipe econômica de que o fenômeno é temporário. Na avaliação de Campos Neto, está ocorrendo o repasse da alta do dólar e das commodities (bens primários com cotação internacional) para os preços neste primeiro semestre. Ele declarou que a inflação deverá continuar a vir alta nos próximos meses, antes de começar a cair.

Com informações da Agência Brasil
Imagem: Bigstock

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