Nos Estados Unidos, Fed multa Wells Fargo em US$ 67,8 milhões por violar sanções

Instituição classificou ação como "histórica supervisão inadequada dos riscos de cumprimento de sanções"

Wells Fargo

O Federal Reserve (Fed, o banco central nos Estados Unidos) multou o Wells Fargo em US$ 67,8 milhões por “histórica supervisão inadequada dos riscos de cumprimento de sanções”. O Fed afirmou que “a supervisão deficiente do Wells Fargo permitiu que o banco violasse os regulamentos de sanções dos EUA ao fornecer uma plataforma de financiamento comercial a um banco estrangeiro que a usou para processar aproximadamente US$ 532 milhões em transações proibidas entre 2010 e 2015”.

Além disso, Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac) do Tesouro americano anunciou que fechou com o Wells Fargo um acordo de US$ 30 milhões por 124 violações de sanções contra Irã, Síria e Sudão.

O Ofac disse, em nota, que o Wells Fargo e seu predecessor, Wachovia Bank, forneceram a um banco estrangeiro da Europa um software que permitiu o processamento de transações com pessoas ou jurisdições sob sanção.

Redução dos negócios

Em janeiro, a Wells Fargo anunciou que estava encolhendo drasticamente seus negócios de empréstimos imobiliários após uma série de escândalos e uma multa recorde da Agência de Proteção Financeira ao Consumidor (CFPB, da sigla em inglês).

No futuro, o banco disse que se concentraria principalmente em empréstimos a clientes existentes e tomadores de empréstimos minoritários, e que não funcionará mais com intermediários externos que arranjam empréstimos em nome do banco. A prática, conhecida como correspondente bancário, representa quase metade de suas origens de hipotecas.

A Wells Fargo também disse que reduziria o tamanho de sua carteira de serviços – os empréstimos em que cobra os pagamentos e recebe taxas por isso.

Os concorrentes do Wells Fargo decidiram, após a última crise financeira, reduzir seus negócios com hipotecas, cedendo participação de mercado a empresas hipotecárias não bancárias depois que pagaram bilhões de dólares em multas. O Wells Fargo adotou uma abordagem diferente, permanecendo o maior credor hipotecário do país por anos.

Com informações de Estadão Conteúdo (Maria Lígia Barros, especial para a AE).
Imagem: Shutterstock

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