Há pouco mais de um ano, quando entendemos que não seria possível realizar a edição presencial da Campus Party, começamos a procurar soluções para a transformação digital desse que é maior festival de tecnologia do mundo. A CP, que tinha em sua edição presencial a imersão completa – até com acampamento – como um dos seus maiores diferenciais, teve que se reinventar.
Após um ano de pandemia e de acompanharmos inúmeros erros e acertos de outros eventos, entendemos que nossa maior força estava na nossa comunidade e por isso repensamos e buscamos sanar alguns déficits que ficaram da primeira edição digital. Uma das primeiras coisas que pensamos e que teve um ótimo resultado foi reproduzir, em formato 3D, o ambiente físico da Campus. Para isso criamos, junto com a Benkyou, um marketplace de EAD gameficado, que ficou de legado para a comunidade, uma vez que lá estão conteúdos gratuitos e cursos ministrados por parceiros da CP como universidades, empresas, etc.
Outra “atração” que resgatamos foi a realização dos hackathons. Sempre tivemos muito orgulho dos projetos que sugiram nas diversas maratonas que realizamos ao longo dos anos. O aplicativo mundial da Campus Party e o Conecta SUS, utilizado hoje pelo Ministério da Saúde, são apenas alguns dos exemplos que surgiram das maratonas, mas são imensuráveis a troca de conhecimento, as contratações e o networking que ocorrem durante os diferentes hackathons já organizados.
Para finalizar, não posso deixar de destacar alguns dos nomes que palestraram nas mais de 1.200 horas de conteúdo durante os três dias de evento. Dado Schneider e Ricardo Cappra, duas sumidades em suas áreas e que já eram sucesso de público nas edições presenciais, reuniram ainda mais gente nessa edição digital. Abilio Diniz e Caito Maia nos apresentaram importantes reflexões sobre o mercado de trabalho e a força que o empreendedor precisa ter para se destacar e a incrível Maitê Lourenço trouxe uma importante fala sobre inclusão social.
Realizar uma Campus Party nunca é tarefa fácil. Os desafios são imensos! Mas o retorno que temos dos campuseiros, a paixão deles pelo evento e saber que mais de 4 milhões de pessoas acessaram as diversas plataformas que transmitiram o evento é o que nos dá força e nos inspira a buscar novas atrações, novos palestrantes e fazer sempre a melhor Campus Party para todos.
Tonico Novaes é CEO da Campus Party Brasil e sócio da Campus Party Portugal. Em ambas operações, é sócio da Gouvea Ecosystem.
Imagem: Envato/Arte/Mercado&Consumo