A administradora Jeane Moura, 39, sempre trabalhou no comércio, e um dos seus primeiros empregos foi como vendedora em shopping center. A necessidade de levar marmita para se alimentar de forma saudável e fugir dos fast foods da praça de alimentação a motivou a criar o próprio negócio, a rede de franquias DNA Natural, em 2007.
Com 49 lojas pelo Brasil, a empresa que nasceu em Florianópolis (SC) deve encerrar 2016 com faturamento de R$ 20 milhões. O lucro não foi divulgado.
A franquia tem seis modelos de negócio, com investimento inicial que varia de R$ 50 mil a R$ 400 mil (os valores incluem custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro). Três deles foram lançados neste ano e ainda estão sendo testados: delivery, contêiner e food truck. Os outros três já em funcionamento são quiosque, loja de shopping e de rua.
O faturamento médio mensal nas unidades que não estão em teste é de R$ 60 mil. O lucro médio mensal é de 10%, ou seja, R$ 6.000. O prazo de retorno do investimento é a partir de 36 meses. Os dados foram fornecidos pela empresa.
De vendedora a empresária
A ascensão de vendedora de shopping a dona de rede de franquias não se deu da noite para o dia. Com sua experiência em vendas, foi promovida a supervisora de uma rede de roupas e calçados. Fez faculdade de administração, onde conheceu o ex-marido, que era franqueado com lojas em shopping.
Passaram a trabalhar juntos e abriram um ponto na praça da alimentação do shopping. “Eu sempre fui muito ligada em alimentação saudável. Na minha casa, todo mundo sempre se alimentou muito bem. Sentia falta de algo especializado nas praças de alimentação e resolvi apostar no que eu gostava”, afirma a empresária.
Criou cardápio a partir do gosto pessoal
O primeiro cardápio foi desenvolvido a partir de seu gosto pessoal. “Fiz curso de saladas, juntei com o que eu conhecia do exterior e que não havia no Brasil e contratei uma nutricionista ortomolecular. Eu pedia a ela receitas funcionais, ela me indicava ingredientes e eu testava em casa, até chegar na melhor receita, diz. Ela afirma não saber quanto investiu no desenvolvimento do negócio.
Após a inauguração, ela ficava no caixa e atendia a cada pedido de mudança de ingrediente dos clientes. Também oferecia sucos funcionais a quem só queria um de laranja, por exemplo, e dizia que podiam devolver se não gostassem. Assim, foi fazendo pesquisas de satisfação e adaptando o cardápio ao gosto da clientela.
Hoje, o carro-chefe são saladas e wraps. O valor médio gasto por cliente é de R$ 29, com bebida.
Desafio é ter escala para conseguir alimentos frescos
Para o consultor especializado em franquias Luis Stockler, da BaStockler, a empresa atua no ramo de alimentação que mais cresce em todos os segmentos, de delivery a alimentação rápida e em shopping. Essa é uma tendência em todos os restaurantes, segundo ele, inclusive em fast foods, que seguem incluindo opções saudáveis no cardápio.
Ele diz que, para atuar no ramo, no entanto, não basta apostar em alimentos saudáveis. “É necessário ter criatividade, com ingredientes e apresentações variadas, que estimulem o paladar.”
Esse tipo de negócio também exige um abastecimento mais frequente, para manter os alimentos sempre frescos. “A logística é um dos desafios do negócio. Por isso é importante ter escala para haver fornecimento constante para a rede. Os consumidores têm a percepção de que comida saudável é mais cara, mas, muitas vezes, é por causa dessa dificuldade”, afirma.
Onde encontrar:
DNA Natural: www.dnanatural.com.br
Fonte: UOL