Lira aciona ministro para acompanhar risco de colapso de mina da Braskem em Maceió

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, decretou estado de emergência por 180 dias

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu na quarta-feira, 29, ao ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, um reforço da Defesa Civil Nacional para acompanhar o risco de colapso da mina 18, operada pela petroquímica Braskem e localizada no bairro do Mutange, em Maceió.

“Entrei em contato com o Ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Goes, solicitando prontidão e alerta da Defesa Civil Nacional para acompanhar as graves consequências geradas pela exploração das minas pela Braskem, em Maceió”, escreveu Lira nas redes sociais.

De acordo com Lira, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, conhecido como JHC, está tomando as providências necessárias para evitar acidentes e vítimas. “Ele (JHC) segue monitorando a situação em tempo real, em colaboração com os órgãos competentes. Precisamos estar todos unidos nesse momento e buscar todos os meios para evitar danos maiores. Maceió e sua população sempre vêm em primeiro lugar, e estarei sempre ao lado deles”, disse.

Como mostrou o Broadcast, a Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência por 180 dias, na noite de quarta-feira, 29, em função de risco de colapso da mina operada pela Braskem. Anteriormente, a gestão municipal havia emitido um alerta após tremores de terra atingirem a localidade.

A Prefeitura de Maceió criou um gabinete de crise para monitorar o quadro depois dos últimos sismos que se intensificaram e agravaram o quadro na região já desocupada, segundo nota do órgão municipal.

Em nota, a Braskem disse que, em decorrência do registro de microssismos e movimentações de solo atípicas pelo sistema de monitoramento, paralisou suas atividades na Área de Resguardo.

Tremores desde 2018

Os problemas com a mina da Braskem não são atuais. Em 3 de março de 2018, um tremor de terra causou rachaduras e o afundamento do solo em cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol. Mais de 55 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas naquele ano.

O abalo foi causado pelo deslocamento do subsolo por conta da extração de sal-gema, um cloreto de sódio que é extraído para produzir soda cáustica e policloreto de vinila (PVC), pela Braskem, que atuava na região desde 1976. A companhia encerrou a extração do minério na região em 2019. No total, mais de 200 mil pessoas foram afetadas pelo desastre.

Com informações de Estadão Conteúdo (Giordanna Neves e Iander Porcella)
Imagem: Shutterstock

Sair da versão mobile