Os funcionários da Volkswagen entrarão em greve na próxima semana, depois que os líderes sindicais e a empresa automobilística alemã não conseguiram chegar a um acordo sobre como cortar custos em meio a um mercado de veículos elétricos lento e com concorrência acirrada, disse uma autoridade sindical nesta sexta-feira, 29.
Um porta-voz do sindicato IG Metall relevou que os trabalhadores começariam as greves de advertência na segunda-feira, o que fará com que seus membros parem de usar ferramentas por algumas horas por dia. A duração da greve dependerá do progresso das negociações, disse ele.
A Volkswagen emprega cerca de 300.000 funcionários na Alemanha e opera 10 fábricas no país. A paralisação industrial prevista para começar semana que vem refere-se a cerca de 120.000 funcionários das fábricas de Wolfsburg, Braunschweig, Hanover, Salzgitter, Emden e Kassel, além de algumas subsidiárias.
A última rodada de negociações entre a Volkswagen e o sindicato terminou sem um acordo e as negociações devem ser retomadas em 9 de dezembro.
Concorrência
Os fabricantes de automóveis europeus estão enfrentando uma concorrência cada vez maior dos carros elétricos chineses de baixo custo. A Volkswagen disse no mês passado que os resultados semestrais da empresa indicavam que ela não atingiria sua meta de € 10 bilhões (R$ 61,6 bilhões) em economia de custos até 2026.
A Volkswagen tem cerca de 120 mil funcionários na Alemanha, onde possui dez fábricas – seis delas no Estado da Baixa Saxônia, no norte do país, incluindo Wolfsburg.
O sindicato IG Metall criticou duramente os planos de fechamento informados pela VW. “Esperamos que, em vez de fantasias de cortes, conceitos sustentáveis para o futuro sejam delineados pela Volkswagen e sua gerência na mesa de negociações”, disse o líder sindical regional Thorsten Gröger.
As iniciativas adicionais que afetam fábricas ou garantias de emprego seriam negociadas com os representantes dos trabalhadores. O fechamento de uma fábrica seria o primeiro desde que sua planta nos EUA, em Westmoreland, Pensilvânia, foi fechada em 1988, segundo a agência de notícias alemã Dpa.
Com informações de Estadão Conteúdo
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