Momentum – Mudou. Falamos mais do futuro do que do passado recente

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No artigo final de Dezembro do ano passado, desejávamos no título Feliz Meio Ano Novo, sinalizando que o que teríamos de produtivo para 2017 seria a segunda parte do ano. E parece estar acontecendo.

Apesar das turbulências geradas pelo ambiente político, que se renovam e assombram a cada novo momento, o país começou um movimento de lenta recuperação no campo econômico, que já emite sinais consistentes expressos na manutenção dos baixos níveis de inflação, melhoria do emprego – ainda que puxado pelo informal –, e  ampliação da massa salarial e do poder de compra. Todos eles convergindo para alguma melhoria do consumo e das vendas em algumas categorias do varejo, como indicadores mais recentes têm mostrado. Nada eloquente, apenas a reversão do quadro anterior. Mas o suficiente para planos começarem a ser desengavetados, expansão de lojas e canais serem novamente ativados e um clima de distensão começar a se espalhar.

Talvez o sintoma mais presente é que se fala mais do futuro do que do passado recente.

Essa mudança é sintomática é importante. Mas não é suficiente.

Temos pela frente a missão de recuperar o tempo e o rumo perdidos. E não foram desprezíveis. Muito pelo contrário. O tamanho do estrago é enorme.

Para direcionar esse novo ciclo, como temos caracterizado, temos que ter Foco e Pressa.

Foco para mirarmos o que é relavante para o Brasil em termos de uma visão estratégica que nos leve a sermos competitivos em termos globais e socialmente justos em termos locais.

Nos dois aspectos estamos devendo muito.

Perdemos competitividade no cenário global por conta da falta de uma visão e uma proposta estratégica de longo prazo para o país e pela estrutura, organização, custos e burocracia que marcam nossa atuação e reduzem nossa condição de sermos mais fortes e atuantes na economia global, apesar dos recursos naturais disponíveis.

Na questão da justiça social local, tivemos clara involução nos anos recentes, apesar de discursos pretensamente contrários, pois os que mais foram punidos pelo desemprego, pela insegurança, pela desassistência na saúde e na educação, foram os que mais precisam do apoio do Estado. E esse problema ainda se aprofundará pela incapacidade do setor público em prover melhores condições pela situação deplorável em que se encontram as finanças públicas em âmbito federal e em muitos estados e municípios.

E não se fará a pretendida reversão, se não focarmos de maneira direta e objetiva nesses dois pontos fundamentais.

Mas também é preciso ter pressa. No presente e no futuro o tempo passa muito mais rapidamente do que no passado. Por conta e obra da espiral transformadora gerada pela tecnologia e pelo digital.

E além da dívida gerada pela involução do passado recente, nos campos econômico, político e social, ainda temos que considerar que outros mercados e países não pararam para nos esperar encontrar soluções para nossos próprios equívocos e continuaram a se movimentar para ocupar espaço no cenário global.

Enquanto nos parametrávamos pelas economias mais atrasadas da América Latina, só aumentou nosso déficit em relação às economias mais avançadas e muitas das emergentes.

Temos a favor de uma visão futura mais ambiciosa, nesse novo ciclo que se incia, um consumidor-cidadão muito mais empoderado, que já começou a expressar seus desejos, anseios e opções nas últimas eleições municipais e que será ainda mais relevante nas eleições de 2018.

Discriminando cada vez mais o discurso da prática. O ético do não ético. O legal do ilegal. O privado do público. O formal do informal.

Mais do que um desejo, talvez seja esse o legado maior e possível da dramática crise recente que atravessamos. A maior de nossa História. Para alguma coisa, talvez, ela possa ter servido.

Tudo vai depender como, principalmente, o setor privado nacional vai se posicionar daqui para frente. Dos setores público e político já sabemos muito bem o que esperar. Ou o que não esperar.

O presente e o futuro, definitivamente, dependem do posicionamento, visão e ação do setor privado nacional, em especial dos segmentos de comércio e varejo, que estão mais próximos, entendem e atendem o consumidor-cidadão, epicentro de tudo.

 

NOTA. No Latam Retail Show, que acontece de 29 a 31 de agosto no Expo Center Norte em São Paulo, especial atenção será dedicada aos temas que envolvem as transformações no mercado e no consumo para os setores de varejo, atacado, shopping centers, franquias, e-commerce e food service no cenário redesenhado do Novo Ciclo que o Brasil estará vivenciando, com amplas discussões envolvendo o posicionamento do setor empresarial nas mudanças estruturais do país.

 

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