Empresas brasileiras abertas demonstram maior interesse em divulgar dados relacionados ao ESG

Segundo estudo da KPMG, 57% das empresas possuem informações ESG auditadas ou revisadas por entidade independente

Empresas brasileiras abertas demonstram maior interesse em divulgar dados relacionados ao ESG

Com a pauta ESG em alta, 76% das companhias brasileiras divulgaram informações referentes ao tema em seus formulários de referência, um aumento de 12% em relação à edição anterior do estudo “A governança corporativa e o mercado de capitais”, do ACI Institute, da KPMG, realizado com informações de 282 empresas abertas.

A pesquisa ressalta um aumento na envolvimento das empresas com a transparência em assuntos relacionados ao tema ESG, indicando que atualmente 57% das empresas possuem informações ESG auditadas ou revisadas por entidade independente, em comparação com os anteriores 43% registrados em 2019.

Nesse grupo, 66% conduzem inventários de emissão de gases do efeito estufa e 91% incluem uma matriz de materialidade ou indicadores-chave de desempenho ESG como um dos requisitos do formulário de referência.

A Global Reporting Initiative é a orientação mais adotada para o relato dessas informações, sendo seguida por 96% das empresas que divulgam esses dados.

“Em 2023, entraram em vigor novas regras de preenchimento do formulário de referência. O novo modelo endereça o maior ativismo de investidores e demais stakeholders por mais transparência e regras de governança mais robustas”, afirma Sidney Ito, CEO do ACI Institute Brasil e sócio em Riscos e Governança Corporativa da KPMG no Brasil.

Das empresas analisadas, 91% possuem uma área de auditoria interna que se reporta diretamente ao conselho de administração. A representação feminina nesses conselhos diminuiu, de 29% para 28%, desde a última edição anterior do estudo. Apenas 16% dos cargos em conselhos de administração são ocupados por mulheres, 15% na diretoria executiva e 17% nos conselhos fiscais, segundo informações autodeclaradas.

“Em consonância com a evolução de pautas internacionais, e o cenário regulatório em diferentes jurisdições, o novo formulário de referência reforça temas em ascensão, como sustentabilidade, diversidade, transparência e accountability”, conclui Ito.

A preocupação com as estruturas de gestão de riscos, compliance e controles internos também é um fator em alta entre as empresas: 91% delas alegaram a adoção de uma política formalizada de gerenciamento de riscos, enquanto 82% informaram possuir uma área específica destinada a essa função. Atualmente, os cinco principais fatores de riscos divulgados pelas empresas são:

  1. Riscos financeiros e de caixa (47%)
  2. Condições políticas, econômicas e de mercado (39%)
  3. Riscos operacionais (36%)
  4. Riscos de segurança cibernética (29%)
  5. Riscos associados à execução da estratégia de negócios e/ou plano de investimentos (24%)

“A implementação de boas práticas e estruturas sólidas de governança corporativa favorecem a credibilidade e a longevidade das empresas, tornando os mercados mais estáveis e confiáveis para acionistas, reguladores, funcionários, fornecedores, bancos e demais stakeholders”, destaca Fernanda Allegretti, líder do Board Leadership Center Brasil e sócia-diretora de Markets da KPMG no Brasil.

Imagem: Shutterstock

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