Brand activism: o ativismo chega ao DNA das marcas

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O ativismo da marcas tem se tornado uma questão primordial para as empresas que buscam não apenas lucro, mas também causar impacto positivo na vida das pessoas. Afinal, as companhias estão sendo forçadas a perceber que têm uma responsabilidade alta na contribuição para um mundo mais justo e sustentável.

O brand activism é um fenômeno relativamente recente, desencadeado pelo poder das redes sociais e pela crescente conscientização das pessoas sobre questões como igualdade de gênero, diversidade, inclusão e sustentabilidade. É o comprometimento de uma empresa em se envolver com questões sociais e ambientais, buscando soluções de forma ativa.

Um dos pilares do movimento é a diversidade, igualdade e inclusão, tanto dentro da empresa, quanto na forma como ela se comunica com o mercado.

A diversidade se tornou um tema indispensável, onde as marcas também demonstram o seu ativismo. A inclusão de funcionários de diferentes etnias, gêneros, orientações sexuais e origens socioeconômicas contribui para um ambiente de trabalho mais rico e, consequentemente, mais produtivo. Empresas que promovem a diversidade também refletem melhor a sociedade em que operam, tornando-se mais conectadas com clientes diversificados. Tudo envolve respeito, empatia e conexão. E isso acontece da porta para dentro.

Da porta para fora, cada vez mais as marcas estão mostrando uma representação mais inclusiva em suas campanhas, não apenas para evitar críticas, mas também para se conectar com uma gama maior de consumidores que buscam se sentir representados e incluídos.

A mensagem é clara: as marcas estão atentas às mudanças sociais e estão fazendo sua parte para incluir todos nesse processo. Negligenciar qualquer público compromete não apenas a imagem da marca, mas também seus resultados.

Levi’s: propósito além do jeans 

Uma empresa que serve como um exemplo impressionante de brand activism é a Levi’s. Demonstrando que está atenta às transformações no mundo, a marca não apenas investiu na produção sustentável utilizando menos água, químicos e carbono, como também gera menos resíduos. Além disso, a empresa valoriza a mão-de-obra que emprega, com respeito e remuneração justa. Não à toa a marca tem a chancela de human brand.

A Levi’s também tem se mostrado uma forte defensora da diversidade e da inclusão co o lançamento das linhas Plus Size e Pride. Esta última, de produtos agênero, criada para celebrar o movimento LGBTQ+.

Com ações como estas a Levi’s não está apenas vendendo jeans, mas também vendendo uma visão de mundo — uma que seus consumidores podem se identificar e apoiar. Empresas como a Levi’s mostram que quando o ativismo de marca é autêntico e alinhado com os valores da empresa, o impacto é profundo e duradouro.

Eu acredito que o ativismo de marca, quando bem-feito, é uma situação de ganha-ganha para todos os envolvidos. Não pode ser apenas da porta para fora, mas principalmente por dentro, no cerne de sua essência.

Ao se tornarem marcas ativistas, as empresas não só melhoram sua reputação, como também contribuem para mudanças sociais verdadeiras e significativas. A diversidade e a inclusão são mais do que apenas palavras do momento atual; são cruciais para empresas que desejam prosperar no cenário global complexo e acelerado de hoje.

Lyana Bittencourt é CEO do Grupo Bittencourt.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock

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