Lançar mão de cupons de desconto para atrair e fidelizar clientes é uma estratégia antiga do varejo. Mas a tecnologia tem tornado essa ação muito mais assertiva. Hoje, é possível usar cupons digitais rastreáveis, que coletam informações da jornada de cada consumidor. Eles apresentam altas taxas de conversão e têm sido usados para os varejistas compreenderem a performance das vendas geradas nas lojas físicas.
Cupons desse tipo são desenvolvidos pela Ouvi, que cria e gerencia vouchers para varejistas. A COO da empresa, Janaína Camargo, falou com a Mercado&Consumo sobre a estratégia. Confira a entrevista a seguir.
Mercado&Consumo: Para que tipo de negócio ou para que momentos os cupons rastreáveis podem ser interessantes?
Janaína Camargo: Desde que a Coca-Cola lançou o primeiro cupom impresso em 1887, cupons continuam relevantes para qualquer tipo de negócio que usa promoções e benefícios na sua estratégia comercial. Evoluímos para o cupom digital e a tática continua sendo eficaz para chamar a atenção do público e ajudá-lo a tomar a decisão de comprar. Especificamente para o varejo físico, cupons digitais rastreáveis estão se tornando uma ferramenta extremamente eficaz para encontrar consumidores qualificados de cada marca e gerar fluxo e vendas para as lojas.
Mercado&Consumo: Que tipo de vantagem o cupom rastreável tem na comparação com o tradicional quando se fala de captação de dados?
Janaína Camargo: O cupom rastreável, por ser entregue a partir de um ambiente digital, consegue coletar informações da jornada de cada consumidor. É um catalisador de leads qualificados para o CRM da marca que funciona a partir de qualquer canal de mídia. Mas a principal vantagem é compreender a performance em vendas geradas nas lojas físicas. A versão digital do cupom reduz os impactos ambientais que os tradicionais cupons impressos geram, incluindo menos lixo nas ruas.
Outra vantagem é a facilidade de conciliação do resultado de uma campanha com cupons. Com cupons físicos, a logística da contagem e a organização dos dados precisa ser manual. Quando é digital, tudo acontece automaticamente, eliminando riscos de fraude. Em tempo real é possível ter acesso aos dados de vendas que cada cupom gerou na loja física.
Mercado&Consumo: Que tipo de vantagem o cupom rastreável tem na comparação com o tradicional quando se fala em taxa de conversão?
Janaína Camargo: A taxa de conversão de um cupom tradicional é menor que 1%, pois há necessidade de distribuição de grandes volumes de impressos para chegar nas pessoas certas. Já o cupom digital rastreável tem uma taxa média de conversão de 20%. Isso porque cada cupom é gerado apenas pelo consumidor interessado, o que acaba gerando mais vendas e ainda ajuda a marca a encontrar o seu público qualificado.
Mercado&Consumo: Alguns varejistas temem que, ao oferecer descontos, acabem tendo “perdas” no caixa. Até que ponto essa impressão procede?
Janaína Camargo: Na verdade, quando uma loja anuncia uma promoção de produtos sem controlar o volume de descontos oferecidos, acabam cobrando menos também de quem compraria independentemente da promoção. Ou seja, muitos descontos são dados de forma desnecessária.
Nem todo mundo precisa deste tipo de incentivo para comprar. Então, na realidade, os cupons ajudam a controlar a distribuição dos descontos, concedendo o benefício apenas para os consumidores que são sensíveis ao preço e pegarem um cupom.
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