Sustentabilidade e medidas ambientalmente amigáveis deixaram de ser diferenciais para se transformarem em obrigação. É o que indicam os estudos Who Cares Who Does (WCWD) e Consumer Insights 2021, elaborados pela divisão Wordpanel da Kantar. Os trabalhos mostram que a pandemia aumentou os níveis de reflexão sobre os impactos humanos na natureza.
De acordo com os levantamentos, 62% dos consumidores latino-americanos dão importância à sustentabilidade e mais da metade reportaram mudanças em seu comportamento de compras em função do fator ambiental. Os estudos revelaram ainda que a preocupação com o meio ambiente ganhou força com a pandemia e com fatores como crise hídrica, falta de insumos, aumento dos preços e escassez de itens.
A Kantar classificou os consumidores em três categorias. Os que se preocupam muito com o assunto e estão tomando medidas para reduzir o desperdício são chamados de Eco Actives. Por sua vez, os Eco Considers demonstram preocupação com o tema, mas nem sempre agem de acordo. Um terceiro grupo, batizado de Eco Dismissers, pouco se preocupa com a preservação ambiental.
De acordo com os estudos, os Eco Actives representam 8% da população brasileira, com um impacto na cesta de FMCG de R$ 7,9 bilhões. O grupo vem crescendo desde 2019, e as projeções indicam que ele representará mais da metade (56%) da população mundial nos próximos 10 anos. No Brasil, um em cada cinco consumidores terá esse perfil.
Os vilões do ecossistema
Segundo dados da Kantar, marcas que atendem demandas de sustentabilidade e comunicam seus esforços crescem de duas a sete vezes mais rápido com esse grupo de consumidores, que valoriza iniciativas como a redução de plásticos, a adoção de embalagens retornáveis e o uso de produtos naturais e orgânicos.
Para 53% das pessoas ouvidas pela Kantar, os sacos plásticos são os grandes vilões do ecossistema. As garrafas plásticas aparecem em segundo lugar (41%).
No geral, os consumidores brasileiros afirmam que dão preferência a produtos comercializados em embalagens recicladas (43%) ou feitas com material reciclável (36%). Os selos de orgânicos (27%) e de ingredientes sustentáveis (27%) também são bastante significativos para os consumidores.
Ainda segundo as pesquisas, apenas 23% dos participantes acreditam que as soluções para os problemas ambientais devem partir dos consumidores. Boa parte defende que essa responsabilidade precisa ser cumprida por políticos e governantes (46%). Para 25%, os fabricantes de itens de consumo também têm responsabilidades na gestão ambiental.
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