Varejo americano comemora aceleração da economia depois de 1 ano de perdas

Federação que representa o setor credita momento a vacinas e estímulo federal

Estudo mostra que 21 milhões de empregos dependem das importações nos EUA; Pesquisa foi divulgada pela federação que representa o varejo e 8 organizações

Com mais vacinas, estímulo federal colocando dinheiro nos bolsos e consumidores voltando às compras, a economia dos Estados Unidos fez um “progresso dramático” desde que a pandemia de coronavírus quase paralisou a atividade no ano passado. A afirmação é de Jack Kleinhenz, economista-chefe da National Retail Federation (NRF), a federação que representa o setor no país.

“A economia evoluiu muito em comparação com um ano atrás. Tanto a política monetária definida pelo Federal Reserve quanto a política fiscal definida pelo Congresso e pela Casa Branca responderam com força rápida e avassaladora para apoiar a economia. A NRF está otimista de que a recuperação está se acelerando e a necessária reconstrução da economia está em andamento. A taxa de vacinações está aumentando e os números pintam um quadro cada vez mais encorajador”, afirmou.

Os comentários de Kleinhenz constam da edição de abril da Revista Econômica Mensal da NRF, que afirma que as condições “melhoraram dramaticamente” depois que o “choque imprevisível” da pandemia causou paralisações generalizadas de varejistas e outras empresas em março de 2020.

Há um ano, 22 milhões de americanos perderam seus trabalhos num período de dois meses. O desemprego passou de uma taxa de 3,5% para 14,7% e a produção econômica caiu 31%, de acordo com o relatório da NRF. Agora, mais da metade dos empregos perdidos foram recuperados, o Federal Reserve espera que o PIB cresça 6,5% neste ano e o patrimônio líquido das famílias atinja um recorde histórico de US$ 122,9 trilhões.

Kleinhenz disse que o aumento no patrimônio líquido é resultado da alta do valor das residências e das economias acumuladas pelos consumidores, que ficaram em casa e deixaram de comer fora, viajar e participar de eventos esportivos ou de entretenimento. A riqueza acumulada “fornece aos consumidores bastante poder de compra”, o que terá reflexo em todos os setores voltados para o consumidor.

Gastar, economizar e pagar dívidas

Ainda de acordo com a NRF, a nova rodada de cheques de estímulo de US$ 1,4 mil distribuídos pelo governo americano, dentro do American Rescue Plan Act de US$ 1,9 trilhão, certamente vai impulsionar o crescimento – embora Kleinhenz admita que os valores serão usados não só para gastar, mas também para economizar e pagar dívidas.

Embora a economia esteja mais forte, a recuperação tem sido desigual. Apesar dos ganhos contínuos, o emprego permanece fraco, com cerca de 10 milhões de pessoas ainda sem trabalho e a taxa de desemprego esteja em 6,2%. Segundo Kleinhenz, trabalhadores de baixa renda e membros de comunidades minoritárias foram afetados de forma desproporcional.

Alguns economistas têm expressado a preocupação de que o rápido crescimento da economia possa levar à inflação, mas o economista-chefe da NRF disse concordar com os funcionários do Federal Reserve, que acreditam que os preços mais altos provavelmente não serão sustentáveis. A oferta vai acompanhar a demanda, o mercado de trabalho está mantendo os salários sob controle e o comércio eletrônico competitivo está limitando o poder de precificação, disse ele.

A NRF previu que as vendas no varejo em 2021 – excluindo concessionárias de automóveis, postos de gasolina e restaurantes – crescerão entre 6,5% e 8,2%, para entre US$ 4,33 trilhões e US$ 4,4 trilhões. Esse resultado poderia superar o crescimento de 6,6% de 2020, que quebrou o recorde anterior de 6,3% estabelecido em 2004, apesar da pandemia.

Imagem: Bigstock

Sair da versão mobile