O setor calçadista criou mais de 5 mil empregos no primeiro bimestre do ano. Em fevereiro, foram 3,4 mil novas vagas. No entanto, as indústrias calçadistas encerraram o primeiro bimestre com estoque de 285,25 mil postos de trabalho em todo o País, 6,8% menor do que no mesmo período do ano passado. A análise dos dados é da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados)
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, aponta para uma leve recuperação, mas que ainda deixa o setor com resultado muito aquém de anos anteriores. Em 2022, por exemplo, o primeiro bimestre registrou a criação de 13 mil vagas. “Estamos alcançando o patamar de criação de empregos do ano passado, mas muito aquém da nossa capacidade”, explica o dirigente.
Segundo ele, fatores como a isenção de impostos de importação das plataformas internacionais em remessas de até US$ 50 tiveram impacto severo sobre a atividade.
“Mecanismos compensatórios como a política da desoneração de pagamentos para os setores que mais empregam vem ajudando para que o baque não seja maior. Porém, desde o meio do ano passado, até mesmo esse tema vem sendo motivo de controvérsia, com o governo federal não respeitando a vontade do Congresso Nacional, que aprovou a renovação do benefício por duas vezes”, comenta Ferreira.
Em novembro passado, a Abicalçados e a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) questionaram no Supremo Tribunal Federal (STF) o Programa Remessa Conforme, do Ministério da Fazenda, que zerou a alíquota do Imposto de Importação sobre compras internacionais de até US$ 50.
As entidades entraram com uma ação contra o ministério, com pedido de liminar, para suspender a decisão da Fazenda. As entidades argumentam que o órgão não tem competência para alterar a alíquota do imposto e que a medida fere a isonomia tributária.
Com informações de Estadão Conteúdo (Talita Nascimento)
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