A Comissão Europeia, órgão de fiscalização de concorrência da União Europeia (UE), informou, na quinta-feira, 1º de agosto, que aprovou o acordo de aquisição da Viterra pela Bunge, sob a condição de que as partes cumpram os compromissos oferecidos para resolver as preocupações antitruste.
As empresas se comprometeram a vender os negócios de oleaginosas da Viterra na Hungria e na Polônia, além de outros ativos logísticos ligados a essas operações, disse a comissão.
Um administrador independente vai monitorar a implementação desses compromissos, informou a comissão.
A Bunge, comerciante de grãos e processadora de oleaginosas dos EUA, concordou em junho do ano passado em adquirir a Viterra, apoiada pela Glencore, em um negócio de US$ 8,2 bilhões com o objetivo de expandir o alcance da empresa nas culturas da América do Norte.
Empresa global de agronegócio
A expectativa é de que a fusão crie uma “empresa global de agronegócio bem posicionada, voltada para as demandas de mercados cada vez mais complexos e para atender melhor os agricultores e clientes finais”, disseram as empresas em comunicado conjunto enviado à imprensa.
Quando o acordo for concluído, espera-se que ele gere cerca de US$ 250 milhões em sinergias operacionais brutas anuais antes dos impostos dentro de três anos após a conclusão e que aumente o lucro ajustado por ação da Bunge um ano após sua conclusão.
Após o encerramento da transação, os acionistas da Viterra deverão deter cerca de 30% da nova entidade combinada, que mais tarde se expandiria para cerca de 33% após o fim das recompras de ações. O CPP, que detém um investimento de 40% na Viterra desde 2016, deverá receberá aproximadamente 12% de participação acionária na empresa combinada e cerca de US$ 800 milhões em dinheiro. A Glencore e o BCi, que têm em conjunto os outros 60% da Viterra restantes, também se tornarão acionistas da Bunge.
A aquisição da Viterra deve expandir os negócios da Bunge nos EUA, Canadá e Austrália para acompanhar sua maior presença na América do Sul, disseram analistas. As operações da Viterra também tendem a complementar a pegada de processamento de oleaginosas da Bunge. Para a multinacional, a adição da Viterra lhe dará alcance comercial em regiões e culturas onde atualmente está sub-representada.
Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires e Isadora Duarte).
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