O interesse em serviços de Open Banking está relacionado à renda. Pelo menos é o que aponta o estudo realizado pela empresa de soluções tecnológicas TecBan e a empresa de pesquisa de mercado Ipsos. Segundo a pesquisa, a importância que é dada aos serviços de Open Banking se concentra mais entre aqueles que possuem renda familiar maior.
Quem tem renda familiar equivalente a mais de cinco salários mínimos tem mais interesse em ofertas de sistema financeiro aberto. A pesquisa também aponta que apenas 20% dos entrevistados que recebem até um salário mínimo acham relevantes as novas funções e serviços que podem surgir com o Open Banking. Ainda neste grupo, 31% consideram que estes serviços facilitaram a vida de alguma maneira.
O único ponto que independe da renda da faixa salarial é o compartilhamento de dados no sistema financeiro. Mais da metade dos entrevistados, cerca de 52%, se mostraram propensos a utilizar serviços de Open Banking caso o banco em que tivessem conta disponibilizasse o serviço.
Para Thiago Aguiar, líder de Open Banking na TecBan, os dados apresentados pela pesquisa indicam oportunidades novas para o mercado, mas também um grande número de desafios. “Os brasileiros estão cada vez mais confiantes sobre o impacto positivo do sistema financeiro aberto à medida que a implementação está ocorrendo no Brasil”, comenta Aguiar.
Segundo ele, o Open Banking tem potencial para transformar o sistema financeiro brasileiro, mas ainda existe uma necessidade de que as pessoas entendam esse potencial. Para ele, o sistema é até uma forma de incluir os “desbancarizados” e pessoas com menor renda.
“Os benefícios do Open Banking estão abertos para todos, independem da faixa de renda. É uma grande oportunidade para trabalhadores informais conseguirem abrir seus históricos financeiros e conseguirem boas oportunidades de acesso a novos recursos, por exemplo. Mas para isso acontecer é necessário estar em um ambiente com robustez de segurança”, finaliza Aguiar.
A pesquisa foi realizada em junho de 2021 e contou com 1.000 entrevistados, com abrangência nacional e das classes A, B e C que possuem acesso à internet. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais.
Imagem: Bigstock