Arquiteta cria franquia de arrumação de armário em SP

Uma arquiteta que há uma década ganha a vida arrumando o armário dos outros quer agora tranformar o ofício em rede de franquias. Por R$ 120 mil, ela se dispõe a repassar para o investidor as técnicas de personal organizer e ainda montar uma loja exatamente coma a que ela mantém no bairro paulistano da Vila Mariana, onde são vendidas caixas, prolongadores, divisores de espaço e toda a sorte de utensílios organizadores que se possa imaginar.

O nome da empresa é Iru Organizer, o que segundo fundadora Juliana Faria significa “caixa” na língua tupi e “eu quero organizar” em japonês. Criada no meio do ano passado, até agora nenhuma franquia foi comercializada, segundo ela “porque as pessoas ainda não compreendem como funciona esse novo negócio”. “As vezes entra gente na loja pedindo vassoura. Esse é um mercado novo, mas cresce muito. Eu mesmo, que preparei um curso com base em minhas experiências, já formei mais de 3.000 personal organizers em de 2009 para cá”, conta. “Muitas seguem profissionalmente, outras usam os conceitos dentro da própria casa”, diz.

O trabalho de personal organizer é, como sugere o nome, ajudar as pessoas a organizarem os seus espaços, sobretudo os armários e closets. Mas de acordo com Juliana Faria, o serviço é também muito requisitado para o pacote completo, que contempla um projeto de organização em todos os cômodos da residência, escritórios e, mais recentemente, dentro de lojas.

A especialidade já conta inclusive com uma representação de classe, que contabiliza cerca de 2 mil profissionais atualmente em atividade no Brasil. ” Este ano teremos a 4º Conferência Internacional Personal Organizer Brasil em São Paulo, onde deveremos ter a participação de 1.000 profissionais”, conta José Luiz Cunha, presidente da Associação Nacional dos Profissionais de Organização (Anpop).

O sucesso da atividade mesmo em tempo de vacas magras na economia é explicado pela arquiteta de maneira polêmica. “As pessoas pensam que são organizadas, mas elas são, no máximo, arrumadas”, diz ela, que chega cobra de R$ 1,6 mil a R$ 1,9 mil por uma diária de seu serviço. “É ainda (um serviço) muito nichado. As pessoas acham que é caro, mas na verdade não é. O trabalho é minucioso, mandamos uma equipe com quatro pessoas e o serviço envolve a análise dos espaços, criação de categorias. Tem uma pessoa que limpa todo os local antes”, conta ela.

Além do serviço de organização, a franquia da marca envolve também os cursos de organização que hoje são dados por Juliana em um espaço anexo da loja, e, como já dito, a venda dos acessórios específicos. “Nós não temos concorrentes. Quem chega mais próximo é a Multicoisas, mas somos extremamente especializados”, diz ela, que conta faturar com o combo venda, aulas e projetos de organização cerca de R$ 150 mil por mês. A meta é comercializar cinco unidades da franquia até o final do ano.

Mas o trabalho é pesado. Um dos projetos recentes da empresária foi encarar o desafio de organizar um armário de brinquedos repletos de bonecas Polly. “você imagina organizar isso, eram diversas bonecas minúsculas, cabem umas cinco na palma da mão. A gente categorizou, caçou todas as roupinhas perdidas pela casa e o resultado foi maravilhoso”, lembra.

Juliana Faria conta que vê em sua especialidade uma finalidade social e que é isso o que mais mais a anima. “É um trabalho que sinto que importa, que faz diferença pras pessoas. As vezes, compramos sem parar e, com a desorganização, perdemos ou não nos lembramos o que já temos dentro de casa. Isso acontece o tempo todo com roupa, com comida, com tudo.”

 

Fonte: Estadão

Sair da versão mobile