O Carnaval é uma das festas mais emblemáticas do Brasil, atraindo milhões de pessoas de todas as partes do mundo. Essa celebração não é apenas um momento de diversão e cultura, mas também um importante motor econômico para diversas indústrias, sendo a de foodservice uma das mais impactadas.
Durante o Carnaval, as cidades se transformam em grandes palcos ao ar livre, com blocos de rua, desfiles de escolas de samba e festas que acontecem em todos os cantos. Esse ambiente vibrante e dinâmico apresenta uma oportunidade de ouro para o setor de foodservice, que inclui restaurantes, bares, quiosques, food trucks e serviços de catering.
Os foliões, sempre em movimento, buscam opções de alimentação que sejam rapidamente acessíveis e fáceis de consumir. Isso leva a um aumento considerável na procura por alimentos rápidos, como sanduíches, espetinhos, pastéis, e, não podemos esquecer, os tradicionais acarajés na Bahia ou os saborosos caldos quentes nos carnavais de rua do Rio de Janeiro.
Food Trucks e quiosques oferecem flexibilidade, posicionando-se estrategicamente em eventos e áreas de grande concentração de pessoas. Com menus diversificados e geralmente inspirados na culinária local, conseguem atender diferentes preferências alimentares.
Bares, restaurantes, padarias e outros modais também se organizam com ativações “esquenta” pré-festa ou para os momentos de dispersão. Com o aumento da demanda, cresce também a responsabilidade dos operadores de foodservice em manter altos padrões de higiene e segurança de alimentos. Questões sanitárias são cruciais, especialmente em ambientes ao ar livre e com grandes aglomerações.
Treinamento para os funcionários para garantir que práticas adequadas de preparo de alimentos e bebidas sejam seguidas é imperativo.
Manter certificações atualizadas é obrigatório para operar em eventos de grande porte como o Carnaval. E aqui gostaria de fazer um recorte sobre a pujança da oportunidade de atuação dos negócios de alimentação em eventos, não só como o Carnaval, mas, em todos os tipos. De eventos corporativos a eventos musicais públicos, privados ou outras festas populares.
Desde 2023 a mercado de foodservice vem andando de lado. Cresceu 1,5% em 2023, em 2024 cresceu 2% e vencerá o jogo quem investir em novas oportunidades. Até porque, tem um limite para a busca de eficiência operacional.
Por conta dos bloqueios das ruas, os clientes regulares não frequentam os restaurantes, o delivery também fica dificultado para alguns modais, pessoas viajam, então, apesar da euforia, muitos negócios perdem faturamento nesse período. É importante se estruturar para realmente fazer parte do movimento como um protagonista.
Esse ano, pela primeira vez, participei do camarote Brahma e realmente é algo de altíssimo nível. Do receptivo, passando pelo serviço oferecido no sambódromo, no camarote, e no retorno do evento. Em todos os momentos um serviço impressionante pela qualidade e atenção aos detalhes. A integração com parceiros da indústria como McCain, Seara, JBS, Ambev e parceiros de operações como HNT, Rochinha, etc, e as próprias marcas da Fábrica de Bares (Bar dos Arcos, Bar Brahma, Jacaré Grill, etc) são destacadas ao longo da experiência do cliente. Sem dúvida, a melhor palavra para definir é EXCEPCIONAL.
No calendário nacional temos Rock´n Rio, Loolapaloosa, Barretos, Vaquejadas, Festa do Cirio de Nazaré, Carnaval Fora de Época, Oktoberfest… Eventos culturais, governamentais e corporativos invadem a cena do país de norte a sul e de leste a oeste.
Se o seu negócio não tem uma vertical de eventos dedicada, você certamente está perdendo grades oportunidades, não só no Carnaval, mas no ano inteiro.
Não dá para o posicionamento ser: “se alguém nos chamar, orçamos”. Tem de ser ao contrário. O negócio precisa ter um posicionamento claro e buscar o mercado. Isso é válido, especialmente, para grupos, redes independentes ou redes de franquias, pois possuem mais capacidade e estrutura para participar desses eventos. Porém, os pequenos e médios, podem olhar para eventos sociais (casamentos, aniversários, etc) e também se prepararem para esse tipo de oportunidade.
Internacionalmente, em grandes cidades como Chicago, NY ou San Francisco, você entra no site de um restaurante e, imediatamente, ele oferece um menu para seu evento fechado com preço por pessoa, pacote de bebidas, itens adicionais e mapas dos espaços para reserva prática e fácil. Isso é só um paralelo de como reduzir o atrito para os consumidores.
O impacto econômico do Carnaval para o setor de foodservice é significativo. Segundo estimativas, o faturamento (para alguns modais) no período de Carnaval pode duplicar em comparação com outras épocas do ano.
Além disso, o Carnaval impulsiona a economia local, gerando empregos temporários e movimentando toda a cadeia de foodservice.
Um elemento adicional para transformar e evoluir a experiência dos clientes em eventos é a tecnologia. Pedidos móveis, retiradas em lockers e pagamento sem contato são apenas alguns exemplos.
Em resumo, se o seu negócio perdeu o Carnaval como oportunidade, não perca as próximas. Organize-se com apoio profissional e vá em frente.
Vamos juntos!
Cristina Souza é CEO da Gouvêa Foodservice.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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