E agora, digital? Chegou sua hora de mostrar a que veio…

E agora, digital? Chegou sua hora de mostrar a que veio...

Segundo um estudo da McKinsey, em 2022, para ser bem-sucedida na jornada de transformação digital, uma empresa precisa:

– Desenvolver novas capacidades;
– Garantir a responsabilização pela transformação;
– Ter líderes com conhecimento digital;
– Digitalizar ferramentas e processos de trabalho de uso diário;
– Comunicar com frequência o propósito de transformação digital da empresa.

Parabéns aos empresários e executivos que, ao lerem os tópicos acima, deram um “check” positivo em cada um deles, confirmando que sua empresa superou essas etapas, aplicou-as e validou-as.

Alguns, mais orgulhosos, até compartilharão esse artigo destacando que já são maduros digitalmente, mas, infelizmente, a maioria vai olhar com certa resignação e, por mais que saiba que é o melhor para a sua empresa, as forças contrarias o impediram de alcançar esse nível.

Alguns até se lamentarão com ar de julgamento, sem considerar que são os próprios corresponsáveis por esse revés.  Mas esse artigo tem como foco aqueles que fizeram todo ou quase todo “dever de casa”, empresas que de fato se destacaram no mercado por serem consideradas digitais ou quase digitais. Se você é um deles, ou esta perto de ser um, é necessário fazer essa pergunta:

No atual cenário desafiador do varejo, sua maturidade digital e suas iniciativas digitais têm gerado alguma vantagem competitiva para seu negócio? Está colocando sua empresa à frente da concorrência? Esta lhe fazendo vender mais? Economizar mais em despesas? Qual a diferença na prática?

Passamos mais de 20 anos falando que as empresas tinham que se digitalizar, que isso era vital, que os que não o fizessem iriam falir, seriam vendidos etc. Que não ser digital significaria estar fora do jogo. E agora? Chegou a hora de tanto esforço ser recompensado. Chegou a hora do digital dizer a que veio. Chegou a hora do digital trazer resultados acima da media, de reduzir despesas de forma significativa, otimizar processos como nunca, trazer inovação e soluções disruptivas. Do contrário, por que tanto investimento e tanto foco?

Falo com propriedade de causa. Por muitas vezes, uma dessas vozes no deserto foi a minha. Preguei a “salvação” pelo digital, mas devo confessar que depois de mais de 20 anos ensinando as empresas como se tornarem digitais, acredito que chegou a hora da cobrança pelos resultados, que precisam se tornar mais concretos, consistentes e robustos.

Não é mais “novo negócio”. Não é somente um “movimento disruptivo”. Não é só uma área de “inovação”. É a realidade. E, dada sua maturidade, não cabe mais ao digital erros bobos. Não cabe mais negócios digitais irresponsáveis, onde o bottom line é secundário, onde a margem de erro é tolerável, onde não se questiona para onde vai. Acabou!

A estratégia digital da sua empresa precisa ter início, meio e fim. Precisa ter orçamentos consistentes de curto, médio e longo prazos. Precisa entregar o que se propõe, com baixíssima margem de erro. Precisa ter custos sob controle e mais. O digital precisa ser o maior alavancador de vendas e a principal diminuição de despesas de uma empresa, pois foi exatamente isso que nos venderam e que vendemos para os nossos sócios, chefes e áreas da empresa.

Como apontou o estudo citado acima, ter sucesso na transformação digital passa pelo alcance de excelência em cada um dos pontos, do desenvolvimento até a comunicação. A diferença está exatamente em quem não aproveitou os mais de 20 anos para fazer o “dever de casa” e que, de forma míope, achou que o digital era só vendas. Era só canal. Era só automação, só comunicação, só operações ou só relacionamento.

Você só extrairá o máximo do potencial do digital se entender que a sua transformação se dá em todas as esferas da empresa, não só ali, aqui, onde você quer ou onde dói menos. O mercado de consumo está precisando de empresas que entendam isso muito bem e que implementem ainda melhor.

Ai, sim, o digital poderá “mostrar a que veio”.

E não se esqueça: é preciso continuar se renovando e se reinventando, pois o mercado não é e nunca será estático.

Roberto Wajnsztok, sócio-diretor da Gouvêa Consulting.
Imagem: Shutterstock

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