O Índice de Confiança do Consumidor da Cidade de São Paulo (ICCSP) alcançou 89 pontos, em setembro, registrando queda de 6,3% em relação ao mês de agosto. O resultado interanual novamente apresentou recuo de 14,4%. De todo modo, o ICCSP permanece no campo pessimista (abaixo de 100 pontos). O indicador, que também mede a confiança do consumidor paulista, é elaborado pela PiniOn para o Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP) .
A piora das percepções com relação à situação atual e às expectativas de emprego e renda levou a maioria dos entrevistados a manifestar menos interesse em comprar itens de maior valor e bens duráveis, assim como menor propensão a investir. Também foi registrada diminuição na segurança do emprego.
Com relação à evolução da confiança dos consumidores da cidade de São Paulo, distribuídos por classes socioeconômicas, também houve queda generalizada, com maior força para as classes AB e C.
“De modo geral, as percepções sobre a situação financeira atual deterioraram-se, assim como as expectativas em relação à renda e ao emprego, cuja segurança também registrou uma diminuição em ambos os índices”, afirma Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.
Estado de São Paulo
Em relação ao Estado, o Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP) alcançou, em setembro, 101 pontos, recuando 4,7% em relação a agosto e na comparação com o mesmo mês de 2023.
Tanto o resultado mensal como o interanual ainda não mostram tendência clara, apesar de o ICCP permanecer no campo otimista (acima de 100 pontos). A comparação entre os dois indicadores – estadual e capital – evidenciam uma queda tanto em comparação mensal quanto anual.
No recorte de classes socioeconômicas, o ICCP mostrou queda generalizada para todas as famílias, principalmente nos casos daqueles pertencentes às classes AB e C.
Para Gamboa, houve piora da percepção das famílias tanto em relação à sua situação financeira atual, como em termos das expectativas futuras sobre renda e emprego, com redução na segurança do emprego.
“A deterioração generalizada da confiança levou a uma diminuição na propensão a adquirir bens duráveis, como geladeiras e fogões, além de afetar o investimento no futuro. A proporção de entrevistados dispostos a comprar itens de maior valor, como carros e imóveis, também apresentou um recuo”, completa o economista da ACSP.
A queda na segurança do emprego na confiança dos consumidores em São Paulo e na capital, que contrasta com a melhora observada em nível nacional, chama a atenção em um contexto de atividade e emprego aquecidos. Essa situação pode ser atribuída à aceleração da inflação de produtos básicos, como alimentos e bebidas, que compromete o poder aquisitivo das famílias, afetando negativamente suas percepções sobre a situação financeira atual e futura.
De acordo com o IBGE, a inflação acumulada (IPCA) nos últimos oito meses na cidade de São Paulo é a segunda maior entre as capitais brasileiras.
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