Se o Brasil é considerado o país do futebol, nada mais justo do que o mesmo ser o esporte mais consumido do território. Um levantamento realizado pelo Itaú Unibanco referente ao primeiro semestre de 2023, revelou que houve um aumento nos gastos feitos por torcedores com clubes de futebol. Segundo a pesquisa, os valores consumidos nas compras subiram 8% em relação ao mesmo período de 2022. Já o volume total de transações cresceu 6%.
O estudo analisou os recortes de renda, clubes e gerações. Representando 40% dos gastos, a Geração Y (nascidos entre 1981 e 96) aparece no topo do ranking de consumo. Em seguida aparece a Geração X (1965 e 80), com 35% do total. Já a Geração Z (1997 a 2010) e os Babyboomers (1946 a 1964) simbolizam, 10% e 15%, respectivamente. Por outro lado, a Geração X e os Babyboomers possuem um tíquete médio maior, na faixa de R$ 142 por transação, ao passo que na Geração Z ele fica em R$ 110.
“É muito importante entender as mudanças de hábitos de consumo em dias atuais. Os dados servem para serem analisados e posteriormente trabalhar na criação de estratégias para cada recorte feito”, afirma Rene Salviano, CEO da Heatmap, agência que atua no mercado de marketing e patrocínio.
Quando o assunto são os clubes de futebol, o São Paulo é o time que mais fatura com a Geração Z. Os torcedores mais jovens do Tricolor Paulista representaram 14% do faturamento e 21% das compras realizadas. Passando para outro tricolor, no Fluminense a Geração X é a que mais consome, com 37% das transações e 39% do total gasto.
“Vale uma atenção especial para cada localidade brasileira. Nosso país é muito grande e as instituições precisam entender onde estão inseridas e se os números refletem o que acontece em suas realidades e, assim, buscar o melhor proveito dos dados que possuem em mãos, porque de nada adianta ter dados se não souber usá-los”, analisa Salviano.
De olho na renda
A pesquisa do Itaú também revela informações sobre a distribuição de gastos com base no perfil de renda dos torcedores de futebol: 48% dos gastos e 41% das transações são provenientes da parcela da população com renda superior a dez salários mínimos. Em contraste, aqueles que ganham até dois salários mínimos mensais representam apenas 10% do volume de transações e 12% das compras.
“Esses números evidenciam que, quanto mais o futebol for tratado de maneira profissional, com estratégias que possam transformar o torcedor também em cliente, mais os clubes e as organizações esportivas vão faturar. É necessário entender o que o cliente/torcedor quer, quando ele quer e como ele quer. Esse entendimento tornará o processo mais assertivo e aumentará o faturamento”, afirma Bernardo Caixeta, gerente de marketing e relações esportivas da marca de material esportivo Penalty.
Já de acordo com Fernando Kleimmann, sócio-diretor da Volt Sport, também fornecedora de material esportivo, os dados revelam um cenário promissor para a indústria esportiva. “Isso reflete o poder da paixão esportiva como um motor econômico significativo. Nesse contexto, as marcas fornecedoras de material esportivo têm a oportunidade de se destacar, criando produtos e experiências que atendam a essa demanda crescente por itens esportivos personalizados e de alta qualidade”, revela o executivo.
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