O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, disse, nesta sexta-feira, 4, ao inaugurar o escritório da agência capital paulista, que a entidade vai qualificar 1.825 empresas para exportação na capital e no interior paulista a partir da nova sede. O evento contou com as presenças do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e do ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França.
Viana ressaltou a importância de São Paulo para as exportações brasileiras e criticou o governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro, por ter virado as costas para São Paulo e reduzido a presença da ApexBrasil no Estado.
“Não quero aqui ficar olhando para trás e virar uma estátua de sal, mas São Paulo é a locomotiva do Brasil e o governo anterior virou as costas para São Paulo e reduziu a presença da Apex em São Paulo”, disse Viana, acrescentando que foi prefeito e governador e sempre contou com a parceria do Estado de São Paulo.
Viana também exaltou o fato de a Moody’s ter elevado o rating do Brasil para o nível Ba1, um degrau apenas abaixo do grau de investimento, alegando ser o reconhecimento da agência internacional de classificação de risco à melhora da economia brasileira.
De acordo com ele, muita gente não entende a importância de um país conseguir o selo de bom pagador das agências de classificação de risco internacionais, mas é preciso explicar que o investment grade é importante porque grandes fundos internacionais, por questões de compliance, não podem investir em países sem o selo.
Painel de oportunidades para estrangeiros
A ApexBrasil abriu o evento com o lançamento do “Painel de Oportunidades de Exportação para Governos Estrangeiros”. A agência entende estar dando um salto de qualidade visando justamente ajudar a resolver o problema da falta de conhecimento e divulgação sobre as compras de governos estrangeiros. De acordo com a entidade, “são oportunidades de exportação a governos estrangeiros que, em geral, são pouco aproveitadas pelas empresas brasileiras”.
Segundo a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), estima-se que as compras governamentais representam, em média, 15% do PIB dos países. No caso do Chile, segundo dados do Banco Mundial, as compras públicas representaram US$ 14,9 bilhões em 2021 ou 4,7% do PIB chileno. No caso da Colômbia, lá em 2016, esse valor foi de US$ 41,7 bilhões ou 13,4% do PIB, segundo a OCDE.
Por essa razão, a ApexBrasil vem trabalhando com o tema desde 2019, por meio dos Alertas de Compras Governamentais, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a entidade, desde o início do projeto, foram mais de 50 edições do Alerta.
Agora, o Painel de Oportunidades de Exportação para Governos Estrangeiros vai disponibilizar informações sobre processos de compra/licitações de todos os países da América do Sul – tanto de governos estrangeiros (Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai, Peru, Colômbia, Suriname, Equador) quanto de organismos internacionais, como ONU, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Banco Mundial.
Os dados disponíveis são provenientes de uma base contratada, que realiza uma varredura automatizada dos portais de compras públicas dos diferentes governos estrangeiros para setores variados, principalmente para setores como saúde, tecnologia da informação e construção.
Terão atualização semanal e serão cerca de mil processos de compras/licitações, cujo somatório alcança milhões de dólares em exportações potenciais e os valores estimados das compras já serão convertidos da moeda original para dólares, com a cotação do dia da atualização.
Com informações de Estadão Conteúdo (Francisco Carlos de Assis)
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