B3 exclui Braskem do Índice de Sustentabilidade Empresarial com mina à beira de colapso em AL

A erosão do solo na minha 18, da companhia, deve abrir uma cratera gigante e se tornar o maior desastre urbano do País

B3 exclui Braskem do Índice de Sustentabilidade Empresarial

A B3 informou nesta terça-feira, 5, que as ações da Braskem deixarão de integrar a carteira de seu Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) a partir da próxima sexta-feira, 8, à medida que a Prefeitura de Maceió decretou situação de emergência envolvendo uma mina da petroquímica. O índice reúne as empresas com melhores práticas de sustentabilidade ambiental, social e de governança listadas na bolsa brasileira

A decisão tomada pela B3 considerou os quatro pilares divulgados no Plano de Resposta a Eventos ESG, instaurado pela companhia na última sexta-feira, 1º: o impacto ESG da crise, gestão da crise pela companhia, impacto de imagem da crise na companhia; e resposta da companhia à crise.

“Dessa forma, sua participação será redistribuída proporcionalmente aos demais ativos integrantes da carteira, e será efetuado o ajuste no redutor deste índice”, diz a B3.

A B3 diz ainda que “a decisão não deve ser tomada como pré-julgamento das responsabilidades da companhia, mas decorre da aplicação do disposto na metodologia do ISE B3, item 5.3, que estabelece a exclusão de ativos que ‘durante a vigência da carteira se envolvam em incidentes que as tornem incompatíveis com os objetivos do ISE B3, conforme critérios estabelecidos na política de gestão de riscos do índice'”.

Desastre urbano

A mina 18 da Braskem, localizada no bairro Mutange, em Maceió, capital de Alagoas, está prestes a colapsar. Moradores foram retirados de suas casas pela Defesa Civil no perímetro urbano considerado de risco e que pode ser afetado pelo afundamento do solo.

A prefeitura decretou situação de emergência e tem buscado apoio junto ao governo federal e ao Congresso para minimizar os impactos causados pela companhia à cidade.

Em 2018, um tremor de terra causou rachaduras e o afundamento do solo em cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol. Mais de 55 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas naquele ano.

A exploração da mina de sal-gema, concluída em 2019, já desalojou cerca de 200 mil pessoas dos bairros atingidos pela atividade da Braskem.

Com informações de Estadão Conteúdo (Caroline Aragaki)
Imagem: Shutterstock

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