Uber, iFood, Spotify, Microsoft, Booking.com, Magazine Luiza. O que essas empresas têm em comum? Além de ser difícil imaginar uma rotina sem algum serviço oferecido por elas em 2019, todas são clientes de uma fintech que vem revolucionando o setor de pagamentos: a Adyen.
Sediada na Holanda, a processadora de pagamentos oferece uma plataforma totalmente integrada “fullstack” , ou seja, de ponta a ponta. Grandes empresas contratam os serviços da Adyen para que a empresa cuide de toda a parte de pagamento: do recebimento, liquidação, soluções antifraude, a segurança, tanto online quanto no mundo físico. Mas o pagamento ocorre dentro dos ambientes de cada cliente, sem precisar passar por uma plataforma externa (como ocorre com o PayPal).
E a estratégia de oferecer praticidade e inovação vem dando certo. Conforme o relatório de resultados financeiros, a Adyen viu sua receita líquida crescer 60% para 348,9 milhões de euros e seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentar 83% para 181,9 milhões de euros em 2018, ambos na comparação ano a ano. O lucro da fintech vem da taxa cobrada em cada transação feita pelos clientes.
Na América Latina, os resultados também foram bons. A região foi responsável por uma receita líquida de 18.1 milhões de euros considerando o segundo semestre de 2018. Isso representa um aumento de 28% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A empresa busca atender clientes de todos os tamanhos em diversas regiões do mundo. De companhias que estão em um processo de crescimento extremamente acelerado, por exemplo, a uma empresa regional que esteja buscando se posicionar globalmente ou se diferenciar da concorrência ao processar altos volumes de pagamento com eficiência.
A empresa oferece geração de valor durante o processo de pagamento atuando de ponta a ponta e cuidando de várias funções na cadeia tanto no mundo online com o check out, por exemplo, até no mundo físico com adquirência. Ao manter isso dentro de uma única plataforma, o passo a passo para pagamentos é muito mais ágil e prático e pode aumentar a probabilidade de mais vendas sejam concretizadas. A empresa tem a mesma plataforma padronizada em todo o mundo.
A Uber é um dos maiores clientes da Adyen, e usa toda a plataforma. O aplicativo utiliza a solução de pagamento da empresa. A segurança de dados criptografados também é feita pela Adyen. Outros clientes são a Dafiti, Tiffany & Co., Groupon, Gap, LinkedIn. O eBay abandonou o PayPal em fevereiro de 2018 para trabalhar com a Adyen.
A estratégia da Adyen de integração entre mundo físico e online se encaixa bem no modelo de negócios atual de várias empresas. É o caso do próprio Magazine Luiza, cuja estratégia omnichannel é vista como um grande trunfo no varejo nacional. Para uma varejista desta ordem, ter um sistema de pagamentos eficiente e alinhado com o seu método é crucial.
Por aqui, a Adyen oferece as mesmas soluções que tem no restante do mundo, mas atende algumas demandas específicas de mercado, como parcelamento, antecipação de recebíveis e boleto bancário. A integração de processos é o diferencial da empresa, já que no Brasil o setor de pagamento possui uma concorrência bastante forte.
A ideia da empresa é expandir a operação na América Latina e no Brasil. A Adyen levantou 849 milhões de euros em seu IPO em junho do ano passado na bolsa de valores da Holanda.
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