As agências bancárias, no passado, eram sinônimo de prédios suntuosos, com fachadas enormes, estacionamentos que completavam o quarteirão e, muitas vezes, eram o ponto de encontro da comunidade do bairro. Nas imensas filas em pé, as pessoas se inteiravam das fofocas e dos babados do momento. Eram os tempos dos talões de cheques, de fazer o depósito dos recebidos, era quase um ritual diário.
As filas ainda não acabaram. Mas diminuíram. Hoje, muitas agências dispõem de cadeiras e assentos, para amenizar as esperas. Porém, é evidente que o internet banking e os caixas eletrônicos, além do advento dos cartões de crédito e débito, tornaram a necessidade de ida a uma agência bancária física algo cada vez menos frequente. Consequentemente, cada vez mais, o número de clientes atendidos diminui. As novas agências são compactas, uma fração do que eram no passado.
Mas o que fazer com aqueles imóveis do passado? Fechar e devolver ao proprietário? Existe uma constatação de que, em média, 30% dos correntistas não migram quando uma agência fecha. Mesmo que para um prédio em frente. Na concorrência feroz dos bancos, perder correntistas é um sacrilégio. O custo de conquistar um novo correntista é muito mais alto. Então, muitos mantém agências abertas, mesmo que naquele quarteirão já existam outras 3 com a mesma bandeira.
É aí que surgem as oportunidades para a expansão de varejistas. Recentemente, a rede Havanna Café de alfajores abriu uma cafeteria dentro de uma agência do Santander, dividindo o espaço e a fachada, mas com total independência entre uma operação e outra. O aluguel do espaço foi rateado. O Havanna ganha a oportunidade de ter uma franquia na Avenida Juscelino Kubitscheck, área nobre de São Paulo e o Santander diminui seu custo fixo, rentabilizando esta filial. Diversas outras agências estão se reestruturando para acomodar lojas e franquias Brasil afora.
O Itaú também tem disponibilizado algumas agências com o mesmo propósito, principalmente em cidades do interior. O Bradesco, através da sua divisão BSP, também tem feito este movimento. O exemplo mais famoso é o do Japan House, centro cultural do governo japonês, que locou 2.500m2 de parte de uma imensa agência que o Bradesco possui na Avenida Paulista, em São Paulo. Mesmo sendo a 2ª maior instituição bancária do país, para o Bradesco, que conta com outras 8 agências na Avenida Paulista, não fazia sentido manter uma tão grande.
Fica a dica para varejistas e franqueadores. Além de imóveis de ruas tradicionais e shopping centers, sua próxima filial pode ter como vizinhos um Bradesco, Itaú ou Santander.
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