O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o acordo de parceria entre Mercosul e União Europeia anunciado nesta sexta-feira, 6, consolida a visão defendida pelo País ao longo deste ano em que presidiu o G20. “Defendemos no G20 uma reglobalização sustentável do ponto de vista social, econômico, ambiental e geopolítico. Esse acordo com a União Europeia consolida essa visão”, disse o ministro ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) por troca de mensagens.
As tratativas para o fechamento do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, que reunirá 700 milhões de consumidores, se estenderam ao longo de 25 anos.
As discussões para o tratado tiveram grande avanço em 2019, quando houve um “acordo político”, que acabou emperrado pela resistência de diversos países europeus, notadamente a França, que enfatizou as críticas a questões ambientais.
O governo brasileiro divulgou um factsheet sobre o acordo do Mercosul com a União Europeia, listando os avanços obtidos nas negociações feitas neste e no ano passado e ressaltando as mudanças no contexto de negociação.
“O acordo que finalizamos hoje é bem diferente daquele anunciado em 2019. As condições que herdamos eram inaceitáveis. Foi preciso incorporar ao acordo temas de relevância para o Mercosul. Conseguimos preservar nossos interesses em compras governamentais, o que nos permitirá implementar políticas públicas em áreas como saúde, agricultura familiar, ciência e tecnologia. Alongamos o calendário de abertura do nosso mercado automotivo, resguardando a capacidade de fomento do setor industrial”, disse o presidente do Brasil Luis Inácio Lula da Silva, que revelou também que o país irá propor um programa para agricultura de baixo carbono no Mercosul.
Após concluir as negociações do Acordo de Parceria, os dois blocos ainda precisam vencer algumas etapas para que o tratado entre os blocos entre efetivamente em vigor.
Com informações de Estadão Conteúdo (Fernanda Trisotto)
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