EUA: juiz federal rejeita acordo da Boeing por falta de clareza em diretrizes de diversidade

Sem um acordo de confissão de culpa, os promotores federais terão que fechar um novo acordo com a empresa

EUA: juiz federal rejeita acordo da Boeing por falta de clareza em diretrizes de diversidade

Um juiz federal no Texas rejeitou o acordo judicial da Boeing com o Departamento de Justiça dos EUA em um caso relacionado a dois acidentes fatais do 737 MAX, criticando os objetivos de diversidade do acordo. Uma porta-voz do Departamento de Justiça disse que os promotores estão revisando a decisão, mas se recusou a comentar mais. A Boeing não comentou.

O juiz distrital dos Estados Unidos Reed O’Connor disse que o acordo judicial amarrou inapropriadamente as mãos do tribunal ao impor considerações de diversidade na nomeação de um monitor externo que supervisionaria a conformidade legal futura da Boeing.

O’Connor escreveu que os promotores deram “explicações instáveis e contraditórias” sobre o papel que a raça ou a diversidade desempenhariam na seleção de um monitor. “Em um caso dessa magnitude, é do maior interesse da Justiça que o público esteja confiante de que a seleção desse monitor seja feita com base apenas na competência”, escreveu O’Connor, um nomeado do ex-presidente George W. Bush.

A decisão traz nova incerteza a uma odisseia jurídica de anos que começou depois que dois acidentes com o 737 MAX tiraram 346 vidas e foi reavivada no início deste ano quando um painel da fuselagem explodiu no mesmo tipo de jato, operado pela Alaska Airlines, em janeiro.

Não está claro o que vem imediatamente a seguir. O juiz ordenou que ambos os lados o atualizassem em 30 dias sobre como planejam prosseguir. Sem um acordo de confissão de culpa, os promotores federais terão que fechar um novo acordo com a empresa, prosseguir com um julgamento ou desistir do caso.

Além disso, a decisão também injeta outra variável na crise atual da Boeing. A empresa recentemente considerou vendas de ativos, pois busca reorientar seus negócios e levantar dinheiro. A fabricante americana de aeronaves suportou uma greve de semanas com seu maior sindicato que paralisou fábricas, e sua classificação de crédito flertou com o status de lixo.

Com informações de Estadão Conteúdo
Imagem: Shutterstock

Sair da versão mobile