Apesar do setor de bares e restaurantes ter contribuído para o crescimento do PIB de 2024, o diretor-executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), Fernando Blower, avalia que o resultado também foi influenciado pela alta nos preços dos produtos.
“O resultado reflete, em grande medida, o repasse dos aumentos de preços ao consumidor, impulsionado pela inflação dos alimentos, e não necessariamente um ganho real em lucratividade, o que continua pressionando as margens”, disse.
O PIB fechou 2024 com alta de 3,4% frente 2023, enquanto o segmento da ANR registrou aumento real de 5,5% na alimentação. “Esse desempenho foi superior ao avanço de 3,1% observado no setor de serviços como um todo”, afirmou Blower.
Indústria e Serviços em alta, Agro em queda
A alta do PIB frente ao ano anterior resultou do aumento de 3,1% do Valor Adicionado a preços básicos e de 5,5% no volume dos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. O resultado do Valor Adicionado frente a 2023 refletiu o desempenho das três atividades: Agropecuária (-3,2%), Indústria (3,3%) e Serviços (3,7%).
Segundo o IBGE, a queda de 3,2% do Valor Adicionado da Agropecuária em 2024 decorreu do fraco desempenho da Agricultura, que prevaleceu sobre a contribuição positiva da Pecuária, Produção Florestal e Pesca. Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, efeitos climáticos adversos impactaram várias culturas importantes, ocasionando quedas em suas estimativas anuais de produção, com destaque para a soja (-4,6%) e o milho (-12,5%).
Na Indústria, o destaque positivo foi a Construção, com alta de 4,3%, corroborada pelo crescimento da ocupação na atividade, da produção de insumos típicos e da expansão do crédito. Houve elevação das Indústrias de Transformação (3,8%), que foram puxadas, principalmente, pela alta na fabricação: da indústria automotiva e de equipamentos de transporte; máquinas e equipamentos elétricos; produtos alimentícios e móveis. Cresceram também a Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (3,6%), influenciada pelo aumento das temperaturas médias do ano e as Indústrias Extrativas (0,5%).
Houve crescimento em todas as atividades que compõem os Serviços: Informação e comunicação (6,2%), Outras atividades de serviços (5,3%), Comércio (3,8%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (3,7%), Atividades imobiliárias (3,3%), Transporte, armazenagem e correio (1,9%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1,8%).
Com informações de Estadão Conteúdo (Júlia Pestana).
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