Enquanto setores importantes do comércio seguem pressionados pela instabilidade econômica, o ramo supermercadista está, na medida do possível, incólume aos efeitos nocivos do momento atual.
No primeiro trimestre deste ano o ramo supermercadista cresceu 0,42% em volume de vendas, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A cifra é superior à estimada pelo mercado para o varejo como um todo, que fica em 0,2% nas avaliações mais otimistas e em queda de 0,2% nas pessimistas.
A sustentação dos supermercados, que se dá em função de itens de necessidade básica, também se apoia em empresários que se adaptaram a realidade do país. Quando avaliado o resultado do setor no acumulado do ano, mês a mês, o ramo supermercadista encolheu em apenas duas leituras enquanto setores como vestuário, bens duráveis e material de construção, na mesma base, registraram resultados negativos em pelo menos oito períodos. “O varejo alimentar foi muito ágil em ações que vão desde a rápida adaptação para o atacarejo até a reestruturação de bandeiras menos rentáveis”, disse Ismael Assis, professor de macro economia.
Os supermercados conseguiram tirar o peso das operações deficitárias (como hipermercados) e agregar valor nas operações mais saudáveis. “Um exemplo que eu sempre dou foi a agilidade com que o Grupo GPA repensou a bandeira Hipermercado Extra”, disse Assis, lembrando que a gigante do varejo passou por um período de conversão de bandeiras Extra em Assaí, braço de atacarejo do grupo e que ganha muito espaço desde 2016.
No mês de março, as vendas cresceram 11,15% em relação a fevereiro, e apresentaram queda de -3,24%, sobre um ano antes. O motivo da retração, segundo o presidente da Abras, João Sanzovo Neto, foi sazonal. “A Páscoa do ano passado foi comemorada no início de abril e as compras concentradas em março, neste ano a data foi comemorada na segunda quinzena de abril”, explicou o executivo.
Fonte: DCI
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