A força da sinergia do setor de alimentação fora do lar

A força da sinergia do setor de alimentação fora do lar

No começo de maio, tivemos a honra de anunciar a adesão de grandes empresas ao Plano Nacional de Restauração da Abrasel. Este marco representa um passo significativo para o setor de alimentação fora do lar, que ainda enfrenta muitos desafios. Empresas como Ambev, Coca-Cola, Google, Rappi e Stone já se uniram a nós, trazendo iniciativas que visam fortalecer e desenvolver bares, padarias, lanchonetes, cafés, estabelecimentos de delivery, sorveterias e restaurantes em todo o Brasil, para ficar em apenas alguns exemplos dos diversos tipos de empreendimentos que formam nosso setor.

O Plano Nacional de Restauração, lançado no final de 2024, é uma iniciativa que busca não apenas a sobrevivência, mas o crescimento sustentável dos empreendimentos. Este plano se baseia em três frentes principais: a articulação de políticas públicas com os governos federal, estaduais e municipais; parcerias com agências de fomento, como Sebrae e Senac; e o engajamento da iniciativa privada. A sinergia entre essas frentes é essencial para que o resultado seja maior do que a soma das partes individuais.

A adesão de empresas de renome reforça a confiança no setor e contribui para uma transformação real e estruturante. Não se trata de ações pontuais, mas de compromissos contínuos que impactam diretamente quem está na ponta: o pequeno empreendedor. O apoio dessas empresas é um passo concreto para virar a chave da sobrevivência para o crescimento.

O plano se baseia em um estudo realizado pela Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP) em parceria com a Abrasel, que mostrou o tamanho da contribuição do setor de alimentação fora do lar para a economia brasileira. Segundo o levantamento, bares e restaurantes movimentaram R$ 416 bilhões em 2023 — 3,6% do PIB nacional — e têm um efeito multiplicador significativo: a cada R$ 1.000 gastos, R$ 3.650 são injetados na economia. Dados do IBGE mostram que hoje o setor emprega 5,56 milhões de pessoas. Já o rendimento médio mensal alcançou R$ 2.227, uma alta de 2,8% na comparação anual. Trata-se de um recorde histórico para o segmento. Apesar disso, a realidade ainda é desafiadora, com 22% dos negócios operando atualmente no prejuízo e 36% com dívidas em atraso.

Esse cenário reforça a urgência de ações coordenadas e estruturadas. Não pedimos privilégios ou subsídios, mas ações equilibradas que diminuam os obstáculos ao crescimento e deem suporte para que as empresas do setor possam continuar vivas, possam se digitalizar, possam continuar cumprindo seu papel social de fazer as pessoas que nele trabalham se capacitarem e crescerem profissionalmente – muitos, aliás, acabam por abrir seu próprio estabelecimento, criando um ciclo virtuoso. Um setor que emprega milhões e alimenta diariamente o país precisa de políticas e parcerias que promovam sua sustentabilidade. A sinergia entre os diversos atores envolvidos no Plano Nacional de Restauração é a chave para transformar o setor de alimentação fora do lar e garantir um futuro próspero para todos.

Agradecemos a todas as empresas que já aderiram e convidamos outras a se juntarem a nós nesta jornada. Juntos, podemos construir um setor mais forte, resiliente e preparado para os desafios do futuro.

Paulo Solmucci é presidente da Abrasel
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock

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