A proximidade que gera valor

https://mercadoeconsumo.com.br/07/07/2023/artigos/a-proximidade-que-gera-valor/

É bastante comum encontrar empresários que, ao perceberem que seus negócios estão prosperando – com estabilidade, vendas em alta e lucros sendo gerados – começam a contemplar formas de expandir ainda mais suas operações. Eles procuram nossa orientação para estabelecer as rotas mais apropriadas. As incertezas surgem: Qual é o melhor caminho? Que estratégia de crescimento adotar? Seria a hora de abrir mais lojas? Lançar novas marcas?

Isso só corrobora para algo que observo já há alguns anos. Muitas vezes a dor do crescimento passa por pensar em como escalar os negócios para atender a uma demanda crescente pelos produtos ou serviços da empresa.

E isso tem acontecido com muitas marcas do varejo alimentar conhecidas pelas grandes operações, com grandes lojas e que geralmente estão em pontos estratégicos das cidades com o objetivo de atender ao maior número de pessoas possível. São operações consideradas destinos em que o consumidor geralmente tem um deslocamento grande para acessá-las.

Essas marcas se atentaram para o fato de que cada vez mais as pessoas buscam produtos e serviços perto de casa, com deslocamento mínimo, pouco esforço e o máximo de conveniência, e isso era o oposto do que estavam oferecendo.

Estar perto, hoje, faz toda a diferença! A busca por comércios próximos aumentou consideravelmente desde o período pandêmico, fazendo deste conceito de varejo um dos mais importantes para atrair e manter clientes no mundo físico. Vimos então uma crescente valorização dos mercados de proximidade e isso não cessou mesmo no pós-pandemia.

O fato de termos cada vez menos tempo, o trânsito e as longas distâncias a serem percorridas, somadas a cada vez mais coisas a se fazer, contribuem para que os consumidores queiram que o varejo chegue até eles, o “come to me retail”. É a necessidade de maior comodidade aliada à necessidade de que as coisas precisam acontecer mais rápido.

Nós queremos controlar tudo porque o nosso tempo é precioso. E essa ansiedade gera uma exigência de prontidão das marcas. E quem entrega proximidade está entregando solução, conveniência e praticidade. Isso gera fidelidade e recorrência.

O segredo do varejo de proximidade como modelo de negócio rentável e, consequentemente, de sucesso, está no fato de que este modelo oferece um mix de produtos com curadoria alinhado com as necessidades locais, um menor custo operacional e, com isso, uma oportunidade de maior rentabilidade. Eles atendem às necessidades dos consumidores de compras rápidas e de reposição com modelos enxutos, foco na praticidade e o mindset de, em vez de vender para mais clientes, vender mais para os mesmos clientes – uma equação simples de recorrência.

E como os clientes não querem perder tempo, o layout, o mix de produtos, os sistemas de pagamento e toda a tecnologia do PDV fazem parte desse modelo de negócio. Por causa da tecnologia empregada no ponto de venda, fica mais fácil coletar e analisar dados. Dados esses que geram insights sobre o comportamento de compra.

E os modelos de negócios que têm surgido em torno desse conceito são diversos e interessantes, desde as lojas de condomínio, lojas containers, lojas de bairro e outros.

E foi justamente com esses novos modelos de negócios que na ABF Franchising Expo lançamos, em parceria com o Grupo Carrefour, a entrada da bandeira Carrefour Express – modelo de proximidade do grupo – no universo do franchising. Estivemos juntos nos últimos dois anos estruturando essa nova estratégia da marca no Brasil. O franchising foi a resposta clara para uma necessidade de expansão rápida, escalável e para chegar em locais onde a marca ainda não tinha conseguido chegar.

A nossa jornada juntos começou quando o Carrefour entendeu que, para atender às exigências de um consumidor que cada vez mais busca conveniência, precisava revisitar o modelo de negócio. Era preciso ganhar ainda mais modernidade. Ao mesmo tempo, não bastaria um conceito incrível aos olhos do cliente, mas que não permitisse a escalabilidade. Fizemos a estruturação das operações para que fossem ainda mais inteligentes e com maior eficiência e, claro, garantindo uma experiência superior para quem visita as lojas. Foi um verdadeiro casamento de colaboração estratégica com pensamento inovador para uma marca tão consolidada no mercado brasileiro.

E não à toa o lançamento na feira foi um sucesso! Mais do que nunca, estar próximo é fundamental.

Lyana Bittencourt é CEO do Grupo Bittencourt.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock

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