O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), discordou da ação do governo federal de ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) para rever as regras de privatização da Eletrobras e obter mais poder de decisão na empresa.
Pacheco lembrou que a capitalização da empresa foi aprovada pelo Congresso Nacional e que é necessário “aceitar essa realidade”
“Consideramos essa (privatização da Eletrobras) uma realidade do Brasil, era muito importante que se pudesse aceitar essa realidade para valorizar a Eletrobras. A discussão sobre capitalização acaba por gerar algum desvalor para empresa”, apontou Pacheco em entrevista a jornalistas, após participar de reunião da diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O presidente do Senado disse ainda que é preciso superar pautas que foram aprovadas pelo Congresso. “Considero que era importante nós termos a aceitação dessas questões que foram aceitas no Congresso e buscarmos incrementar novidades no Brasil”, disse, ao citar medidas como arcabouço fiscal e reforma tributária.
Lula defende que governo volte a ser ‘dono’ da Eletrobras
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou em 21 de março, que pretende reestatizar a Eletrobras apenas sete meses após o processo de privatização da empresa. Em entrevista ao site Brasil 247, Lula disse que, se o governo tiver condições, “voltaremos a ser dono” da companhia energética e garantiu que “não vai ficar por isso” a venda da maior fatia de participação na empresa a investidores privados.
“O que foi feito na Eletrobras foi um crime de lesa-pátria. Você privatizou uma empresa daquele porte e usou o dinheiro para o quê? É como se você tivesse a sua casa e dissesse que decidiu vender a sua casa para pagar a sua divida. Você vai ficar com o que na vida? Uma empresa como a Eletrobras é um patrimônio desse País e tem que ter muita responsabilidade”, argumentou Lula. “Eu espero que um dia, se a gente tiver condições, a agente volte a ser dono da maior empresa de energia que esse País já teve”, completou.
As criticas ao processo de privatização da Eletrobras marcaram a campanha presidencial petista e ainda estão presentes nos discursos de Lula após tomar posse. Em fevereiro deste ano, o presidente disse que os termos da privatização da empresa são “leoninos” e “erráticos”, assim como “lesa-pátria”. Na ocasião, Lula ainda orientou que a Advocacia Geral da União (AGU) a solicitar a revisão do contrato.
Na entrevista, Lula voltou a fazer menções a empresa, mas desta vez alinhando às críticas ao processo de privatização às queixas que tem feito à taxa de juros definida pelo Banco Central.
O presidente classificou como “irresponsabilidade” a venda da Eletrobras para pagar juros da divida interna enquanto defendia a ampliação dos investimentos públicos em infraestrutura e programas sociais.
Com informações de Estadão Conteúdo
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