O resultado desse primeiro turno das eleições presidenciais mostram as redes sociais como outro grande vencedor. Especialmente junto aos consumidores-cidadãos mais educados e das classes mais altas.
E outro resultado é a preocupação com a mídia e as campanhas tradicionais como veículo de comunicação e convencimento. Chega a assustar o fosso que se abriu.
Nada muito diferente do que se antecipava, mas a constatação factual é por demais impactante e vai determinar muitas reflexões envolvendo alocação de recursos e revisão de conteúdo e forma dos canais de comunicação, relacionamento e promoção das marcas, produtos e serviços.
Sempre poderá ser discutido e contestado se o conteúdo da mensagem era o adequado e o mais alinhado com as demandas emergentes dos consumidores-cidadãos, mas o que não se pode negar é que quem tinha maiores volumes de comunicação através dos veículos tradicionais para as eleições presidenciais não se deu bem.
Talvez tenha sido uma das maiores surpresas, pois a expectativa que a diferença de volume de comunicação através dos canais tradicionais pudesse ser o maior diferencial na corrida presidencial a favor do candidato Alckmin.
E o que se viu foi muito diferente.
Verba e recursos nanicos para comunicação, porém com uma proposta adequada aos anseios mais emergentes de boa parte da população, valorizados pelo farto noticiário após o incidente de Juiz de Fora, acabaram catapultando a votação do candidato Bolsonaro.
De forma nenhuma deve ser minimizado o efeito jornalístico da farta cobertura após o incidente que colocou o candidato 24 horas no ar por vários dias, mas, deve ser considerado que, àquela altura, já se desenhava um cenário próximo daquele mostrado ao final desse primeiro turno.
A reflexão que precisa ser feita
Empresas de comunicação, agências de propaganda, promoção e marketing digital, empresas de programas de relacionamento, veículos de comunicação tradicionais e digitais e, principalmente, anunciantes de todos os setores e segmentos, de todos os tamanhos, se debruçarão sobre os dados e resultados desse primeiro turno para repensar suas estratégias.
Insisto, nada muito diferente do que se vinha alertando, mas a contundência dos dados e resultados impõem uma reflexão muito mais ampla e profunda.
E que já tinha sido mostrado nas campanhas vencedoras de João Doria à prefeitura de São Paulo e mesmo na eleição norte-americana de Trump.
Existirão os que irão minimizar esses resultados por opção ideológica, empresarial, profissional ou pessoal, mas até esses farão uma reflexão mais ampla para tentar entender e, principalmente, repensar conteúdo, forma e alocação de investimentos a partir da análise mais profunda das respostas do consumidor-cidadão aos estímulos recebidos.
É tempo de desaprender, tentar entender e reaprender novamente. Os fatos são eloquentes demais para serem minimizados.