Cinco maneiras de usar Inteligência Artificial de forma mais sustentável

Cinco maneiras de usar Inteligência Artificial de forma mais sustentável (e parar de desperdiçar energia digital à toa)

A Inteligência Artificial, especialmente modelos generativos como o ChatGPT, vem sendo aclamada como um divisor de águas na produtividade empresarial. No entanto seu impacto ambiental é tudo, menos invisível. Cada interação com esses sistemas consome, em média, 519 mililitros de água — o equivalente a uma garrafinha — utilizada no resfriamento dos data centers. Esse volume, aparentemente inofensivo, torna-se expressivo quando multiplicado por milhões de usuários em escala global.

E a tendência é de agravamento. Estima-se que o consumo energético dos centros de dados voltados à IA possa triplicar até 2028, elevando também a demanda por água. A projeção para 2027 indica que esses sistemas podem requerer entre 4.200 e 6.600 milhões de metros cúbicos de água, volume comparável ao consumo anual da Dinamarca ou metade do Reino Unido.

Para empresários, esse dado não é apenas uma curiosidade técnica — é um alerta estratégico. Como equilibrar os ganhos de eficiência proporcionados pela Inteligência Artificial com a urgência por práticas mais sustentáveis e éticas? A resposta passa por decisões conscientes, desde a escolha de fornecedores até a forma como se interage com a tecnologia.

A seguir, compartilho cinco formas de tornar o uso da IA mais sustentável — e, acima de tudo, mais inteligente:

1 – Seja objetivo nas interações

Ao invés de: “Oi, tudo bem? Eu gostaria de saber se você poderia me ajudar com ideias de marketing…”

✅ Faça: “Quais são as três estratégias de marketing digital mais eficazes para negócios B2B em 2024?”

➡️ Clareza reduz consumo computacional. Elimine rodeios e vá direto ao que importa.

 

2 – Planeje antes de perguntar

Improvisar com: “Como escalar minha empresa?”

✅ Faça: “Quais os principais desafios para escalar uma empresa de serviços B2B com 10 funcionários e R$500k de faturamento anual?”

➡️ O planejamento de perguntas evita múltiplas interações desnecessárias e melhora a qualidade das respostas.

 

3 – Use com propósito, não por conveniência

Pedir: “Escreve um e-mail de cobrança aí pra mim”

✅ Faça: “Crie um e-mail de cobrança amigável para cliente inadimplente há 15 dias, mantendo a relação comercial positiva.”

➡️ Inteligência Artificial deve ser aplicada para gerar valor real, não para substituir tarefas triviais.

 

4 – Agrupe suas demandas

Várias perguntas soltas: “Qual o CAC?” “E o LTV?” “Como calcular?”

✅ Faça: “Explique como calcular e interpretar CAC e LTV em empresas SaaS, com exemplos práticos.”

➡️ Uma interação bem estruturada economiza recursos e tempo — tanto seus quanto da máquina.

 

5 – Reutilize conhecimento gerado

Repetir a mesma pergunta toda semana

✅ Crie um repositório de prompts e respostas úteis. Exemplo: textos institucionais, e-mails, estratégias validadas.

➡️ Reaproveitar também é um ato de sustentabilidade digital.

 

Em um cenário em que a tecnologia avança rapidamente, é fundamental refletir: estamos utilizando a Inteligência Artificial de forma ética e sustentável ou apenas adicionando mais um luxo digital ao nosso cotidiano? A decisão está em nossas mãos. Como líderes empresariais, temos a responsabilidade de guiar nossas organizações rumo a práticas que respeitem não apenas o lucro, mas também o planeta e a sociedade.

E se te fez pensar, faça acontecer.

Caio Camargo é especialista em inovação no varejo.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock

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