De acordo com dados nacionais da Boa Vista, a inadimplência do consumidor subiu 4,8% em maio na comparação com abril, já descontados os efeitos sazonais. Em relação a maio do ano passado, contudo, o indicador recuou 0,6%. Com isso, ele acumula queda de 5,9% no ano e 2,5% no acumulado de 12 meses (junho de 2018 até maio 2019 frente aos 12 meses anteriores).
Regionalmente, na análise acumulada em 12 meses, todas as regiões ainda registram queda: Centro-Oeste (-4,0%), Norte (-3,1%), Nordeste (-2,8%), Sul (-5,4%) e Sudeste (-1,4%). A queda da inadimplência observada desde o final de 2016 pode ser explicada pela maior cautela das famílias, pela capacidade de endividamento dos consumidores ainda limitada pelo fraco crescimento da renda e pelo efeito defasado da maior seletividade dos bancos no período mais agudo da crise.
Com isto, a inadimplência dos consumidores atingiu um patamar historicamente baixo, o que proporcionou a redução dos juros e motivou o aumento das concessões a partir de 2017.
O elevado nível de desocupação e subutilização da mão-de-obra, somado à lenta recuperação da renda, contudo, aumenta o risco de que a expansão recente dos empréstimos resulte em maior inadimplência.
É preciso acompanhar os dados com ainda mais atenção a partir de agora, para verificar se a alta mensal de maio foi pontual ou já refletiu uma mudança de tendência.
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