No final do ano passado, o Popeyes, concorrente do KFC e a segunda maior rede de frango frito do mundo, anunciou sua entrada no Brasil com planos de abrir por aqui 300 unidades até 2020, com um investimento de R$ 1 bilhão. Para não ficar para trás, no mês passado, o KFC lançou sua primeira campanha de TV no Brasil. Hoje, o mercado de frango frito no Brasil é liderado pelo KFC, que depois de duas tentativas mal sucedidas se estabeleceu no país em 2011 e teve, no início do ano, sua operação comprada pela Multi QSR, de Carlos Wizard. Aliás, ele tem anunciado planos bastante arrojados neste segmento.
O grupo controla as operações brasileiras das redes KFC, Pizza Hut e Taco Bell. Juntas, as três cadeias pretendem investir 1,3 bilhão de reais até 2023. O plano é abrir mil novas unidades das três marcas, que têm reunidas hoje 250 lojas no país.
Mas são as hamburgerias que travam uma das maiores guerras de mercado atualmente no Brasil. Com 801 restaurantes desde 2011, o Burger King está desafiando a liderança do McDonald’s no país. O McDonald’s abriu seu primeiro restaurante no Rio de Janeiro em 1979 e atualmente possui 969 estabelecimentos. O Bob´s vem em seguida, com 500 unidades. Se considerarmos os sanduíches naturais, a líder no setor é a rede americana Subway, com 2.151 lojas nos país. Embora o BK tenha se tornado o maior concorrente do McDonald’s em apenas seis anos, no comparativo entre as redes de fast food o McDonald’s ainda mantém a liderança no setor.
Em termos de vendas líquidas, o Burger King cresceu 32% em 2018, para R$ 2,34 bilhões. A Arcos Dorados empresa detentora da marca Mc Donald’s no Brasil expandiu apenas 2,4%, para R$ 4,9 bilhões. A rede tem um ambicioso plano de expansão no Brasil. No triênio 2017-2019, vem abrindo 180 restaurantes na América Latina, 60% deles em território brasileiro.
Ninguém, porém, alcança o número de lojas do Subway. Com 2.222 unidades e uma receita estimada em cerca de R$ 2 bilhões, o Brasil é o seu quarto maior mercado, atrás apenas de Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. No ano passado, inaugurou mais de cem unidades no país.
Outra gigante do setor, o Grupo Habib’s investirá R$ 100 milhões na abertura de mais 125 lojas em 2019, das marcas Habib’s e Ragazzo. Atualmente, a rede conta com 543 lojas e faturou R$ 234 milhões no ano passado.
Há de se dizer porém que, apesar do junk food ainda ter muita representatividade no nosso mercado, nos últimos cinco anos o segmento de alimentação saudável tem registrado um crescimento médio de 12,3% ao ano e as previsões para o futuro são positivas: a Euromonitor estima que esse setor continue crescendo cerca de 4,4% ao ano até 2021.
O Brasil já é o quinto maior mercado de alimentos e bebidas saudáveis do mundo – em 2017, o setor faturou mais de R$ 93 bilhões. Pesquisas apontam ainda que, ao mesmo tempo em que busca uma alimentação rápida, parte dos consumidores está preocupada com o conteúdo nutricional de sua refeição e o efeito que ele terá em sua saúde.
O mercado de fast food movimenta R$ 84 bilhões no país e apresenta crescimento acima da inflação nos últimos anos. Considerando que apenas 10% dos restaurantes do Brasil são operados por redes, contra 60% nos EUA, o potencial de crescimento ainda é imenso. No médio prazo, não haverá redução no ritmo de abertura de lojas, pelo contrário. As redes de fast food vêm se beneficiando do surgimento de uma nova classe de consumidores de baixa e média renda, que adquiriu o hábito de comer em restaurantes e passou a destinar uma maior fatia de seu orçamento com alimentação fora de casa. Aqui a crise passa longe!
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