GODE – Eis o novíssimo consumidor

Global, Omni, Digital e Empoderado – GODE. Esse é o novíssimo consumidor emergente do cenário em profunda transformação. O mais empoderado jamais imaginado anteriormente. E o GODE lembra o Deus Consumidor com toques locais e regionais integrados com a visão mais global e abrangente.

Um apelo com forte conexão com Sustentabilidade, à medida que mescla o melhor global com a essencia local que pode assegurar um espaço privilegiado e mais protegido.

Muitas marcas e empresas já podem ser consideradas benchmarks na conexão com o consumidor GODE. Whole Foods, Amazon, Alibaba, Primark, Zara, Coca Cola, AB Inbev ou IKEA estão na lista dos negócios que estão se reposicionando para atender essa novíssima evolução.

Ele, ou cada vez mais também ela, é produto desse processo intenso de transformação de cenários e é o epicentro de tudo que tem sido concebido e idealizado. Sua participação é crescente no mercado e representam cada vez mais na parcela dos consumidores das marcas, produtos, serviços, lojas e e-commerce.

Ele é atemporal, ou seja, sua idade é indefinida porém com predominância dos segmentos mais jovens, especial a geração Milennial e sua sucessora, a Geração Z.

À medida que cresça a participação dessas gerações no mercado, veremos igualmente a expansão dos consumidores GODE, pois nesses segmentos emergentes existe predominância dos comportamentos associados ao perfil Global, Omni, Digital e o Empoderamento.

A vertente Global se aplica pela universalidade de comportamentos e demandas que alinham consumidores das mais diveras origens e que, pelo efeito do digital, tem proximidade de expectativa e atitudes. Sem dúvida a internet é o elemento catalisador  desse comportamento mas sua viabilização ocorre pela oferta de produtos, marcas e serviços com acesso e escala global, entronizando em cada mercado, a oferta mais ampla e competitiva. E com seu profundo efeito transformador pelo escancaramento da realidade de mercados globais no ambito de cada mercado restrito. E a disseminação da busca do mais por menos em escala global.

Porque alguém no Brasil vai continuar a pagar 2 a 3 vêzes mais por camisas que, além de tudo, têm restrições de oferta e alternativas? Ou aceitar pagar muito mais por serviços domiciliares? Ou por eletrônicos que tem tomadas como diferenciais competitivos relevantes (?!?!?). Ou por tênis de marcas promovidas e valorizadas globalmente que pelos sites internacionais escancaram seus preços mais competitivos em outros mercados e impõem ao mercado local preços desconectados com a realidade econômica local ?

A questão tributária é a explicação simplista, em parte realista, que não esconde a evidente desiqualdade. Não cabe ao consumidor encontrar respostas para a solucão do problema. Ele resolve o seu problema usando cada vez mais as alternativas globais de acesso a esses produtos desviando recursos, empregos, impostos e vigor econômico para outros mercados. Tão simples assim e será crescente a opção sendo uma ilusão imaginar que se poderá conter esse avanço mediante controles, taxações ou proibições.

A vertente OMNI incorpora tudo que signifique gestão de canais de distribuição de forma virtuosa visando a potencialização da satisfação dos consumidores e a maximização de resultados para a as marcas e empresas. É mais um elemento emergente, decantado em prosa e verso porém com mais exemplos simbólicos e conceituais do que práticos. Mas isso irá gradativamente evoluir para se tornar mais presente na oferta das marcas, produtos, serviços e canais de vendas. De forma inexorável e potencializado pelas alternativas disseminadas pelas mudanças tecnológicas que ampliam oportunidades e bareteiam sua implementação.

Como mencionamos diversos negócios têm avançado na oferta de alternativas Omni, intgrando e reconfigurando canais. Um dos elementos emergentes dessa reconfiguração é o PDX, a evolução do PDV, antigo ponto de venda, que se re-inventa para incorporar serviços, experiência, educação, relacionamento e muito mais, inclusive até venda. Um X tudo para potencializar satisfação e geração de negócios.

A dimensão Digital é o viabilizador/transformador/desencadeador-mor de todo esse processo. Tudo que tem sido ofertado e implantado em ambito digital tem determinado o amplo e contínuo processo de mudança e vai muito além das questões que envolvem a participação das vendas via e-commerce no varejo global.

Os números tímidos da venda direta, que nos EUA se aproximam dos 11%, na Inglaterra dos 13% e no Brasil dos 3%, só reforçam esse aspecto. Não é o e-commerce que está revolucionando o mercado mas é a Era Digital que precipita as mais amplas mudanças no relacionamento, informação, promoção, comunicação, exposição e até compras.

Na essência da transformação digital está um dos mais importantes elementos do quarto vetor dessa equação que o Empoderamento desse novíssimo consumidor-cidadão. Como mencionamos nunca tanto poder se concentrou tanto num dos agentes da cadeia de consumo.

O acesso irrestrito e permanente por parcela crescente do mercado à informação transfere o poder mas marcas, dos negócios e dos próprios governos, inexorávelmente para os consumidores-cidadãos que cada vez mais baseiam suas opcões e decisões nas referências de outros consumidores-cidadãos. E com um potencial transformador evolutivo da Sociedade sem precedentes.

A dimensão digital associada com o empoderamento do consumidor-cidadão não promove apenas a transformação do mercado.  Vai muito além promovendo a transformação da Sociedade e das relações entre Governos, Mercados, Negócios e Marcas com seus consumidores-cidadãos ou, dependendo da ótica, cidadãos-consumidores.

O fato irreversível é que quanto mais avançar o acesso à informação e às ferramentas que são disponibilizadas e quanto maior for a parcela dos novíssimos consumidores GODE no total da população, maior o potencial transformador da Sociedade e do Consumo obrigando empresas a repensar absolutamente tudo em termos de modelos de negócio, cultura, estratégias, práticas e processos para se adequar, e se possível se antecipar, a esse tsunami evolutivo.

Para o bem e para o mal. Para as ameaças que se criam e para as inúmeras oportunidades que são geradas, dependendo de como nos posicionamos ao olhar essa nova realidade.

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