“As empresas e as indústrias querem se conectar e estar mais próximas do consumidor”, conta diretor-presidente da Marisol

Giuliano Donini

O consumo virou um mix entre tendência e necessidade, inclusive necessidade pelo novo. Foi com essa afirmação que Giuliano Donini, diretor presidente da Marisol, líder no segmento de confecção infantil e franquias do Brasil, detentora de marcas como Lilica Ripilica, Tigor T. Tigre e Marisol iniciou sua participação no Mercado & Consumo em Alerta. O executivo foi um dos palestrantes em uma live promovida pela Mercado & Consumo ao lado de Cristina Palmaka, presidente da SAP Brasil e Héctor Núnez, presidente do Grupo Hi Happy.

Para o executivo será preciso se acostumar com a expressão ‘usuários’ já que hoje, segundo ele, as pessoas estão usando os produtos e não apenas consumindo. “É um grande desafio para a indústria se aproximar do consumidor. Na teoria é simples, mas na prática não. E esse pensamento do usar no lugar do consumir é algo que precisaremos trabalhar cada vez mais na cabeça das pessoas”, disse o executivo ao comparar este comportamento ao ‘novo normal’. Segundo ele, todo dia já era novo, mas agora está sendo tudo muito rápido. E o que vai nortear isso é a adaptabilidade de todas as novidades que estão sendo descobertas.

Durante o bate-papo, Donini contou que a indústria têxtil se preocupa com a sustentabilidade e meio ambiente, mas que também ela é uma indústria de alto impacto ambiental, assunto que está no radar da empresa. O executivo disse que a Marisol preparou sete estratégias a partir do segundo semestre. Entre elas está essa preocupação com o sustentável. A marca acaba de desenvolver um calçado de bebê que será lançado em breve, e que economiza seis litros de água por par. “Muita tecnologia e estudo são envolvidos em produtos como esse, que serão o foco da empresa no segundo semestre”, explica.

Ele acredita que a grande transformação de comportamento do mundo virá a partir do consumidor, que cada vez mais quer saber a origem e os impactos daquilo que ele está consumindo. “Se adaptar a partir do ‘consumir’ para o ‘usar’ também passa por um processo de conscientização que vai desde o dinheiro, respeito, e impactos enquanto cidadão. Esta será uma trajetória de transparência necessária”.

Sobre os aprendizados que vem tirando da crise, o executivo elege a desconstrução de muitas crenças enraizadas como ponto chave. “Aprendemos que mesmo a distância a gente se entende. Temos outras visões, opiniões e restrições do time e estamos sendo impactados a enxergar coisas que já víamos, mas não considerávamos ou dávamos um grau de importância”, e completou “a tecnologia é algo importante, mas as pessoas são indispensáveis e o equilíbrio entre esses dois ativos não pode ser negligenciado”.

* Imagem reprodução

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