FMI corta projeções de alta do PIB dos EUA para 2022 e 2023

Para Fundo, prioridade é desacelerar rapidamente o crescimento dos preços sem precipitar uma recessão

FMI corta projeções de alta do PIB dos EUA para 2022 e 2023

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, esperando agora 2,3% em 2023 e 1,0% em 2022. Em comunicado divulgado no dia 24 de junho, as previsões eram de altas de 2,9% e 1,7%, respectivamente.

A mais recente previsão está em relatório do Fundo sobre o país, publicado nesta terça-feira após consultas no âmbito do Artigo IV do regimento do FMI. O organismo projeta que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA mostre avanço de 5,2%, no quarto trimestre, na comparação com igual período do ano passado.

Em igual período de 2023, prevê alta de 2,0%. Já o núcleo do PCE, que exclui dados voláteis como alimentos e energia, deve subir 4,4% no quarto trimestre deste ano e 2,2% em igual período de 2023. A meta do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) é de 2% ao ano de inflação, com dirigentes em geral dando mais peso ao núcleo do indicador.

Nesse contexto, o FMI avalia que a prioridade para os Estados Unidos neste momento deve ser “desacelerar rapidamente o crescimento dos preços sem precipitar uma recessão”.

O Fundo projeta ainda que a taxa do desemprego do país esteja em 3,7% no fim deste ano e em 4,6% ao final de 2023. Já para a taxa média dos juros básicos nos EUA, os fed funds, prevê 1,5% neste ano, 3,8% no próximo e 3,5% em 2024.

O relatório destaca a “rápida recuperação” dos EUA após o choque da covid-19, mas aponta que ela veio acompanhada por “forte aumento nos salários nominais e nos preços”. O retorno à estabilidade na inflação “exigirá uma retirada assertiva de acomodação monetária”, defende, pedindo ainda especial atenção do Fed à comunicação de seus passos, nesse contexto.

O FMI prevê que o “forte impulso subjacente” da economia dos EUA deve perder fôlego ao longo dos próximos dois anos. O maior risco de baixa atual seria um aperto monetário abrupto nas condições financeiras, avalia.

Ainda para o Fundo, além dos riscos de baixa macroeconômicos, é possível que os mercados “possam não absorver de modo suave as taxas de juros mais elevadas e a redução no balanço do Fed”.

Com informações de Estadão Conteúdo

Imagem: Shutterstock

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