Economia brasileira tem três grandes desafios, afirma sócio do BTG

A economia brasileira tem três principais desafios neste momento, afirma o sócio e membro do Conselho de Administração BTG Pactual, Eduardo Loyo. Ele foi um dos participantes do primeiro dia do Global Retail Show, evento que reúne mais de 200 palestrantes de 15 países e debate o futuro do varejo e do consumo no mundo. O GRS 2020 vai até o próximo sábado, dia 19 de setembro.

“A economia sofreu um baque violento por causa da pandemia da Covid-19, e isso não foi exclusividade do Brasil. Mas o baque foi muito menor do que o que se imaginava inicialmente. A queda da atividade econômica foi menor e a recuperação está sendo bem mais rápida”, afirma Eduardo Loyo.

Segundo ele, no início da pandemia a expectativa era de uma queda de cerca de 9% no PIB brasileiro. “Agora, os economistas do BTG estimam uma redução de 5%. Ainda é grande, mas muito menor do que o índice anterior.”

Os três pontos de atenção

Para Loyo, no entanto, o País está diante de três desafios. Um é saber como sincronizar a retirada do auxílio emergencial concedido pelo governo para a população de renda mais baixa. “A retirada tem de ser gradual, como já tem sido feita. Mas a questão é: será que ela vai ser acompanhada de um impulso na economia ou a economia vai sofrer um novo baque?”

Outro ponto de atenção, para ele, é o cuidado que o governo deve ter na hora de conceder eventuais estímulos setoriais, para não fazer com que isso ocorra de forma desigual. Segundo Eduardo Loyo, um desequilíbrio nesse sentido poderia resultar no aumento da inflação, por exemplo.

O terceiro desafio brasileiro é continuar com foco na questão fiscal. “O acolchoamento econômico feito durante a crise não sairá de graça. Haverá aumento da razão da dívida na comparação com o PIB na casa de 20 pontos porcentuais. Isso não só por causa dos estímulos concedidos, mas também por causa da queda na arrecadação.”

* Imagem reprodução

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