Licença para falar sobre liderança para uma nova sociedade

Em janeiro deste ano estive na NRF 2020 e recebi a missão de ser a curadora do tema “Liderança para uma Nova Sociedade”. Como vocês já sabem, a minha área de especialização é foodservice, porém, aprendi demais com essa missão especial que a GS&MD me deu, então peço licença para falar sobre esse assunto tão importante e que é aplicado a todos os mercados e, especialmente, às nossas vidas.

Fiz uma imersão para entender o nosso momento como sociedade e construir um paralelo sobre como a liderança pode evoluir nesse contexto. O primeiro olhar que trago é o de entendimento das pessoas como seres humanos. Incrivelmente óbvio, né? Mas não tão simples quanto parece… podemos ser classificados de várias formas… nosso tipo físico, cor, raça, pelas questões políticas e sociais, religião… mas a grande discussão desse momento é sobre gêneros.

No passado já fomos classificados somente como héteros, ampliamos para LGBT e hoje somos LGBTQIA+, essas nossas escolhas/definições individuais têm um impacto importante sobre as organizações trazendo questões de ordem essencialmente prática e outras mais complexas. Alguém transsexual que fez a transição deve usar qual banheiro? Deveríamos ter banheiros plurissexuais? Com que velocidade o RH está preparado para atualizar o nome da pessoa no crachá? O TI vai alterar o e-mail com que velocidade? Como tratamos as pessoas casadas com alguém do mesmo sexo? Bastante para pensar não é? A Organização das Nações Unidades tem nos desestimulado a rotular pessoas e tem nos incentivado à visão de seres humanos competentes para contribuir e transformar nossas comunidades. Temos aqui algumas discussões antigas, outras mais recentes, mas gosto desse olhar da ONU, na verdade, me parece incrível.

Compreendido o contexto da nossa sociedade temos o contexto dos negócios. As empresas passaram a se estruturar em ecossistemas, esse é o novo jeito para prosperar, ganhar escala e se perpetuar. Para corresponder à essas ambições o novo líder deve se dedicar a três grandes assuntos: estimular em seus times o entendimento e o espaço para a pluralidade que refere-se a diversidade dentro da diversidade, ou seja, ter times compostos por seres humanos com características, origens, crenças diversas e respeitar a individualidade de cada um.

O segundo ponto é construir ambientes de trabalho intergeracionais. Empresas compostas essencialmente por jovens ou sêniors possuem um contexto de extrema insegurança, pois há incertezas que somente a vivência pode agregar ou que somente o frescor e atrevimento da jovialidade podem provocar. A riqueza, a beleza e o sucesso estará, sempre, na composição e na troca.

Por fim, o terceiro ponto é a herança cultural. Quem diria que em 2020 o tema “refugiados” seria tão latente. Imagine a memória de sofrimento de pessoas que foram expulsas ou fugiram dos seus países, como se ressentem pela perda de referências, o quanto de incertezas, as perdas… A grande pergunta é: como essas pessoas irão se relacionar com o trabalho? Como vão fazer negócios?

A partir da somatória da primeira e segunda camada de compreensão o novo líder têm duas missões primárias: construir relações inter culturais e relações de inter confiança, não é possível impor, o grande objetivo será compor. Não há espaço para “aqui no meu país, onde fundei a empresa e tive sucesso é assim, então naquele outro país onde atuaremos vou impor o nosso jeito.” Esse não é uma atitude aceitável.

Para coroar esses pensamentos trago algumas aspas de líderes inspiradores nessa NRF 2020:

“Aqui nós contratamos pessoas de todos os tipos.” [Neela Montgomery, CEO da Crate & Barrel]

“Não devemos sacrificar o propósito por resultados.” [Kevin Plank, CEO da Under Armour]

“Temos que nos responsabilizar por tudo o que nosso negócio toca, isso é sustentabilidade nos negócios. Eu sou um ativista, mas acima de tudo respeito a escolha das pessoas e fico feliz em ter parceiros com a mesma visão.” [Seth Goldman, CEO da Beyond Meat]

“Nós fazemos duas coisas na Starbucks: trabalhamos para honrar nossas conquistas do passado, valores e conexão com as pessoas e sonhamos OUSADAMENTE o futuro.” [Kevin Johnson, CEO da Starbucks]

Fecho esse artigo dizendo que no próximo volto a falar sobre foodservice e reforço que uma das mensagens pessoalmente mais importantes e poderosas para mim foi do Ajay Banga, CEO da Mastercard “É fundamental liderar pela decência.” Não adianta fazer o seu melhor e não ser ético. Até o próximo!

NOTA: A GS&Libbra é uma consultoria especializada no mercado de foodservice. Te apoiamos a construir estratégias para ampliar os resultados do negócio. A partir de técnicas e metodologias híbridas entregamos inovação, profundidade e assertividade.

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* Imagem reprodução

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