O Carrefour registrou lucro líquido de 1,35 bilhão de euros em 2022, crescendo 26% na comparação com o ano anterior e superando expectativas de analistas, que esperavam lucro de 999 milhões de euros. Por ação, o lucro foi de 1,63 euros, em termos ajustados, acima dos 1,43 euros registrados em 2021.
Em 2022, o Carrefour registrou um total de 90,81 bilhões de euros em vendas.
No balanço corporativo, a empresa ainda destaca a aquisição do Grupo Big, que expandiu o número de vendas no Brasil e na América Latina.
Segundo o Carrefour, 59 lojas do grupo foram convertidas até o final de 2022 e o processo de rápida integração deve ser concluído até o final deste ano.
O Carrefour relatou que a integração do Grupo Big também gerou aumento nos custos de prejuízo financeiro líquido, junto as altas taxas de juros para empréstimos nos bancos centrais. No total anual, a empresa teve prejuízo líquido de 3,4 bilhões de euros.
Como guidance, o Carrefour projeta crescimento no Ebitda, na renda operacional recorrente e no fluxo de caixa livre líquido.
Carrefour Brasil
Nesta segunda, 13, o Grupo Carrefour Brasil reportou lucro líquido ao controlador de R$ 550 milhões no quarto trimestre de 2022, queda de 28% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para o diretor financeiro da companhia, David Murciano, a queda dessa última linha do balanço é natural se considerada a dívida da empresa e o patamar de juros do País. A companhia trabalha com o cenário de que a taxa de juros brasileira permaneça em dois dígitos em 2023.
“A queda (do lucro) vem do custo da dívida. O nível de alavancagem, na verdade, melhorou”, disse Murciano. Ele explica que, como o modelo de negócios de atacarejo gera caixa para a companhia, o endividamento deve progressivamente diminuir. Além disso, o executivo cita sinergias com o Big, empresa adquirida pela rede, e o braço de ativos imobiliários da companhia, que também deve trazer recursos novos e, consequentemente, reduzir proporcionalmente o endividamento do grupo.
Para além disso, Murciano diz que há negociações com bancos para melhorar o custo das dívidas, apesar dos outros movimentos serem mais significativos. “O mais lógico é baixar a alavancagem pela geração de caixa. O ambiente de negociação (com instituições financeiras) ficou um pouco mais difícil, mas o Carrefour tem boa entrada nos bancos”, afirmou.
Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires, Natália Coelho e Laís Adriana).
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