Consumo domiciliar pode ir para diferentes caminhos com Ômicron

Kantar elaborou três possíveis cenários com o avanço da pandemia

Consumo domiciliar pode ir para diferentes caminhos com Ômicron

Atenta ao aparecimento de casos da variante Ômicron no Brasil e ao temor de novos períodos de isolamento social, a Kantar elaborou três possíveis cenários para o varejo e o comércio no país no início de 2022. O mais otimista leva em conta um cenário de redução em 5,8% ao mês nos novos casos. Com mais gente nas ruas, as vendas de produtos para consumo dentro de casa retrairiam 2,5% em valor.

O cenário com estabilidade nos números de contaminações teria aumento de 1,6% nas vendas de produtos para consumo doméstico e tendência de aumento do gasto médio por viagem e da frequência de ida aos pontos de venda.

O cenário pessimista foi baseando num aumento de 24% nos novos registros e retorno ao pico da pandemia. Neste caso o consumo domiciliar subiria 3,9% em valor, com maior tíquete médio e maior frequência de consumo dentro de casa. Considerando os diferentes canais de venda, o varejo moderno e o atacarejo seriam os mais beneficiados no cenário pessimista, com compras de vizinhança e estocagem de alimentos.

Poder de compra e inflação 

O estudo lembra que no 2⁰ trimestre de 2020, pico do isolamento social, o consumo out of home retraiu 17% em comparação com o período pré-pandemia. Mesmo com o avanço da vacinação e o retorno dos consumidores às ruas, a frequência com que os consumidores vão aos pontos de venda impede a recuperação de padrões pré-pandemia.

Além disso, o poder de compra cada vez menor e os aumentos dos preços diminuíram 12% o gasto médio dos brasileiros fora de casa. O volume médio de consumo caiu 15,8% e a frequência apresentou queda de 12,4%. Os números são referentes aos últimos 12 meses, terminados em setembro de 2021, contra o mesmo período do ano anterior.

Segundo a Kantar, o consumo fora de casa vem ocorrendo principalmente entre adultos de 18 a 29 anos (crescimento em valor de 26,1% no terceiro trimestre de 2021 versus 2020) e que pertencem às classes A e B (14,4%). Esse público prefere restaurantes, fast-food e pizzarias na hora de comer fora. Outro grupo que também retorna a esses mesmos canais são os compradores com mais de 50 anos – crescimento de 15% em valor – que fazem parte da classe C.

A retomada acontece em todas as capitais brasileiras, com alta de 12,7% em valor entre o terceiro trimestre de 2020 e o mesmo período de 2021. São Paulo ajudou a puxar os dados para cima, contribuindo com 5,8% no crescimento do consumo fora de casa. Os grandes municípios do Nordeste também colaboraram para o resultado: +3,4%.

Imagem: Shutterstock

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