Tempestade provocada pela queda das ações do Credit Suisse se espalha pela Europa

Papéis do Société Générale e do BNP Paribas caíram mais de 10% nesta quarta, 15

Tempestade provocada pela queda das ações do Credit Suisse se espalha pela Europa

As ações do Credit Suisse caíram 24,24% nesta quarta-feira, 15, e atingiram nova mínima histórica, refletindo preocupações crescentes de que os problemas que atingem os bancos regionais dos Estados Unidos tenham migrado para o outro lado do Atlântico. Outros grandes bancos europeus foram atingidos, com as ações dos dois maiores bancos internacionais da França, Société Générale e BNP Paribas, ambos caindo mais de 10%. As ações do alemão Deutsche Bank AG caíram 8%.

A queda nos preços de títulos e ações do Credit Suisse indica que “os investidores julgam que este banco precisa ser resgatado”, disse Joost Beaumont, chefe de pesquisa bancária do banco holandês ABN Amro.

“Se os reguladores não lidarem bem com a situação do Credit Suisse, isso causará ondas de choque em todo o setor”, disse ele. “Para piorar a situação, ambos os lados do Atlântico têm problemas bancários.”

Funcionários do Banco Central Europeu (BCE) entraram em contato com credores supervisionados hoje para perguntar sobre exposições financeiras ao Credit Suisse, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Uma porta-voz do BCE se recusou a comentar.

Funcionários do governo suíço, inclusive do Banco Central da Suíça, se recusaram a comentar.

Revisão de relatório

O Credit Suisse teve de adiar seu relatório anual na semana passada, por conta de questionamentos da Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM dos EUA) sobre fluxos de caixa de 2019 e 2020, que foram revisados no relatório anual de 2021.

No documento divulgado na terça, o Credit Suisse disse que as revisões são resultado das fraquezas apontadas e que pode haver outras distorções relevantes.

O banco suíço enfrenta uma grande crise de desconfiança, com resultados ruins, desde o ano passado.

No final de julho, anunciou que reformularia seu banco de investimento e sairia de alguns outros negócios para se tornar uma instituição mais enxuta e menos arriscada, após desastres financeiros que incluíram um golpe de US$ 5,1 bilhões em 2021 do cliente Archegos Capital Management.

Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires).
Imagem: Shutterstock

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