Do digital para o físico, Troc aposta em lojas para intensificar experiência com clientes

Empresa vende 45% das 30 mil peças recebidas mensalmente; tíquete médio é de R$ 320 por consumidor

Criada em 2016 pela empresária Luanna Toniolo como uma a startup de tecnologia focada em moda circular, a Troc lançou duas lojas físicas neste ano para intensificar a experiência com as clientes. Em um espaço de 100 m², a primeira loja foi aberta, em março, no modelo shop in shop dentro da loja da Alme na Rua Oscar Freire, um dos endereços mais nobres para o comércio de São Paulo.

Seu segundo espaço físico foi lançado, em abril, no Shopping Pátio Batel, em Curitiba. O investimento foi motivado pelos resultados de duas flash pop-ups. Houve um aumento de 160% de novas compradoras no online e um crescimento de 50% no fluxo de usuários no site no período em que as unidades estavam operando.

As duas lojas físicas vão servir como um laboratório de aprendizado para entender o comportamento dos consumidores de second hand antes de investir em novas unidades. “Com a loja definitiva, estamos vendo que as pessoas vão semanalmente para ver as novidades. Essa recorrência está pegando tração e precisamos entender em quanto tempo é preciso mudar, a quantidade de peça e que tipo de peça temos que levar. É muito aprendizado”, explica Luanna.

Ela destaca que fazer parte do grupo Arezzo&Co, que adquiriu 75% do capital social da empresa em 2020, deu segurança para sair do digital para o físico. “A gente mesmo procurou o time de exposição do grupo Arezzo e falou que era o momento de testar. Temos esse suporte do grupo e temos nos conectado e aproveitado para ver se estamos no caminho certo”, diz.

Alta rotatividade

Das cerca de 30 mil peças recebidas mensalmente pela Troc, de 40% a 45% são vendidas no primeiro mês, com tíquete médio de R$ 320 por cliente.

Em sete capitais – São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Florianópolis, Porto Alegre e Brasília – e em Joinville, a empresa retira as peças na casa das clientes. Nas outras cidades, é enviado um código para que os itens sejam enviados pelos Correios de forma gratuita.

Após o recebimento, é iniciado o processo de triagem, cadastramento, medição até o anúncio no site, o que leva até 30 dias. Caso alguma peça não seja vendida em até 365 dias, a Troc baixa sua porcentagem e a encaminha para venda em outros brechós. “Quando um brechó compra 15 produtos, por exemplo, a chance de venda é mais rápida porque, às vezes, ele tem problema de oferta”, explica.

Mercado de luxo

Luanna Toniolo, fundadora da Troc

Outra aposta da Troc é no segmento de luxo. Ao identificar um aumento de 20% na procura por artigos de luxo, a empresa passou a oferecer esses produtos em seu portfólio a partir de janeiro de 2022.

Para garantir a originalidade das peças, a empesa contratou uma equipe especialista em luxo e investiu em ferramentas de autenticação, de acordo com alguns fatores como zíper, costura, código interno, pega várias características e faz a autenticação.

“Esses produtos têm uma característica muito peculiar. Quando decidimos trabalhar com luxo, trouxemos esses autenticadores e profissionais, já tivemos um aumento de oferta mês a mês”, diz a empresária.

Segundo Luanna, o crescimento da procura por estes artigos se deve a alguns motivos, como a alta do dólar, o aumento nos valores originais das peças e, por consequência, a uma desmistificação do second hand, que se tornou uma opção para os clientes que queriam manter o seu padrão de consumo. “O mundo todo já entendeu que essa é a mais clara tendência fashion, que une a responsabilidade social e ambiental”, diz.

Imagens: Divulgação e Gutyerrez Erdmann

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